Oito curiosidades sobre o Brás

O Arnesto era Ernesto, morava na Mooca e não convidou ninguém para o samba...

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Por Redação
Atualização:
Interior da Cantina Castelões, a mais antiga pizzaria em atividade deSão Paulo, fundada em 1924 Foto: Divulgação

Realidade: o primeiro jogo oficial de futebol no Brasil ocorreu na várzea e com uma forcinha de Charles Miller (1874-1953), considerado o "pai" desse esporte no Brasil. Ficção inspirada na vida real: atropelado por um bonde, o menino Gaetaninho, da rua do Oriente, realizou o sonho de andar na carruagem dos enterros, que tanto cobiçava, pelas ruas do Brás antigo. Conheça essas e outras curiosidades que ajudam a contar a história do Brás e de sua gente.1. O Gasômetro e a saúde das criancinhas Antigamente, quando a fábrica do Gasômetro, no Brás, estava a pleno vapor, era comum as mães levarem suas crianças para aspirar o gás que exalava do reservatório. Elas acreditavam que isso fazia bem para os pulmões.  2. O Museu da Imigração fica no Brás ou na Mooca? Oficialmente, a atual cartografia da cidade diz que fica na Mooca. Mas é como se o Brás tivesse "encolhido", porque, na realidade, a hospedaria surgiu ali mesmo em 1882, à margem da ferrovia. No Brás. 

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3. Charles Miller nasceu no Brás e... Paulistano nascido no Brás e filho de ingleses, Charles Miller tinha 21 anos quando voltou de uma temporada na Inglaterra trazendo uma bola e a cultura do futebol para São Paulo. Ao menos essa é uma origem documentada dos primeiros jogos na cidade.   

4. ...e promoveu o primeiro jogo de futebol "oficial" na cidadeEm abril de 1895, Charles Miller formou dois times para o que seria um primeiro jogo "oficial" do país. De um lado, representantes da São Paulo Railway, onde ele trabalhava. De outro, funcionários da usina do Gasômetro. Ganhou o time de Miller. "O jogo assinalou o marco zero de outra tradição paulistana: os jogos nas várzeas", escreveu Roberto Pompeu de Toledo no livro "A Capital da Vertigem" (Ed. Objetiva).

5. Gaetaninho atropelado por um bondeNos contos reunidos na coletânea "Brás, Bexiga e Barra Funda", de 1927, o escritor António de Alcântara Machado (1901-1935) capturava o clima do início do século nesses três bairros ítalo-paulistanos. No Brás, situou, por exemplo, a história no menino Gaetaninho, da rua do Oriente. Gaetaninho sonhava andar nos carros que levavam os mortos em enterros da região. De um jeito triste, o sonho se realizou: ele foi atropelado por um bonde.

6. O Arnesto não se chamava ArnestoAdoniran Barbosa (1910-1982) escreveu e todo mundo canta: “O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás...” Arnesto era, na verdade, Ernesto Paulelli (1915-2014). Nasceu no Brás, mas passou a maior parte de sua vida na Mooca. Conheceu Adoniran na década de 30 do século passado. Dez anos depois do primeirio encontro, soube da homenagem do compositor, feita no “Samba do Arnesto”. Leia mais sobre a composição e saiba se Arnesto convidou ou não convidou os amigos para aquele velho samba, no Estadão Acervo.

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7. DesmemóriasO documentário Brás – História do Bairro de São Paulo (2006, 26 minutos) é inspirado nas memórias e “desmemórias” do jornalista e escritor Lourenço Diaféria, que nasceu no Brás em 1933. Pode ser assistido aqui.

8. Acabou tudo em pizzaConta-se que essa expressão surgiu nos anos de 1960 na pizzaria Castelões, no Brás. No fim de uma das sempre frequentes reuniões dos dirigentes do Palmeiras (Palestra) no restaurante, repletas de divergências, um jornalista teria escrito na manchete do jornal do dia seguinte que tudo tinha "terminado em pizza". Ou seja, ficou tudo bem. 

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