Na Linha 3-Vermelha do Metrô, a campeã de reclamações na comparação com 2015, os problemas relacionados ao horário de pico são a principal queixa dos passageiros. Dele derivam a superlotação e a sensação de insegurança, reclamações mais comuns. Para driblar o excesso de usuários nos trens e os delitos praticados nesse contexto, os passageiros adotam todo tipo de artifício.
Quando pega metrô na Sé, no sentido Corinthians-Itaquera, em horário de pico, a faxineira Zenaide José dos Santos, de 60 anos, prefere esperar o trem no sentido contrário (Palmeiras-Barra Funda). Ela desce no Anhangabaú e vai para a plataforma do sentido Corinthians-Itaquera. “O trem no sentido Barra Funda, no horário de pico da noite, está mais vazio. Então desço no Anhangabaú para conseguir entrar no trem. Evito pegar na Sé”, afirma.
A bolsa da dona de casa Cristina Melo, de 40 anos, vai sempre à frente do corpo, com a mão em cima. “Evito pegar no horário de pico. A lotação é grande, às vezes tenho de esperar passarem três trens até entrar.”
A estudante Ana Nogueira, de 18 anos, também segura bem a bolsa com seus pertences quando está nos vagões. “Tenho de checar a cada minuto se o celular ainda está lá”, diz.
Em horários de pico, para evitar furtos, o empresário José Aguiar Rocha, de 50 anos, já sabe onde precisa se posicionar no vagão. “Não fico no meio da multidão, para evitar que me furtem. Procuro estar sempre colado na porta.” Para Rocha, a Linha 3-Vermelha é “a pior linha, está sempre lotada.”
Na avaliação do corretor de imóveis Anderson Tedesque, de 35 anos, oficializar reclamações não surte efeito. “Não vai ter retorno. Por que reclamar de algo que é tão visível? É perda de tempo”, afirma. À reportagem, o usuário se queixou que os trens sempre atrasam.
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