Finalmente chegaram os dias de sol, pé na areia e banho de mar. Além do descanso merecido após mais um ano, aqueles que visitarem as praias de São Paulo neste verão descobrirão mudanças na paisagem e nas opções de lazer da Baixada Santista e dos litorais norte e sul paulistas. As novidades incluem mirantes, remodelações de orla e opções de esportes de aventura, dentre outras.
Um exemplo é o Complexo Turístico do Mar Pequeno, cuja primeira fase de implantação foi entregue em Ilha Comprida, no litoral sul, junto ao antigo Porto da Balsa. O espaço está com um mirante de 8 metros de altura voltado ao Mar Pequeno, braço de mar que marca a divisa com Iguape e contornado por morros e um deque de madeira, para lazer e prática de pesca. Para meados de janeiro, está prevista a abertura de opções gastronômicas, enquanto a estimativa é entregar o futuro Museu do Mar até março.
O prefeito Geraldino Junior (PSDB) avalia que o espaço deve atrair turistas especialmente no fim de tarde. “O por do sol é um atrativo cênico”, explica. “Mas a ideia foi criar vários ambientes, para vários tipos de turistas no mesmo local”, completa.
Como outros prefeitos de cidades litorâneas, ele também avalia que este será o verão mais maior movimento nas praias desde o início da pandemia, com o ritmo de vida mais próximo na normalidade ao longo do último semestre, mesmo com a última alta de casos.
“Só na virada de ano, a previsão é de 300 mil a 400 mil pessoas. Até o carnaval, a gente estima mais de 1 milhão passando pela ilha. As pessoas percebem que estão mais seguras”, avalia.
Na Baixada, o Novo Quebra-Mar de Santos também teve a primeira fase entregue, com pista de patinação, espaço para shows e eventos e quadra de basquete 3x3. O espaço fica no Parque Roberto Mário Santini, na praia do José Menino, perto da divisa com São Vicente.
O local também atrai frequentadores pela vista. “Tem uma visão fantástica, que permite ver Santos, Guarujá e São Vicente, da linha do mar”, destaca o prefeito, Rogério Santos (PSDB).
Segundo o prefeito, um terço do espaço é de área verde, com jardins, bancos e áreas voltadas à contemplação da vista e passeios. A escultura vermelha e grandes dimensões de Tomie Ohtake também foi restaurada após anos.
“Tudo está adaptado à cultura das selfies”, comenta. Criado na década de 1970, o quebra-mar avança cerca de 400 metros em direção ao oceano. “Era praticamente de uso exclusivo para o surfe. Hoje integra outras atividades.”
Uma fonte com iluminação interativa e um playground com brinquedos no formato dos conhecidos prédios tortos da cidade devem ser entregues ainda neste verão. Uma outra fase vai incluir uma pista de skate profissional, um restaurante panorâmico e o Museu do Surfe.
A iniciativa deve receber eventos e treinamentos de modalidades esportivas profissionais, como skate e surfe, mas também é voltado para o público em geral. Parcerias foram firmadas com organizações do setor.
Na avaliação do prefeito, ela se complementa com a da Nova Ponta da Praia, entregue ao longo dos últimos anos, com a implantação também do novo Mercado de Peixe e do centro de convenções. “Faltava na outra ponta (da cidade), que é justamente o novo quebra-mar. Completa um ciclo.”
Também em Santos, as instalações do antigo cassino de luxo Monte Serrat estão com novidades e preços mais acessíveis. O espaço, que é privado, mantém as atividades da cafeteria, o acesso por funicular e agenda de apresentações musicais, com uma vista para o Porto de Santos, Guarujá e São Vicente.
O local passou a receber atividades com rapel, de 230 metros de extensão. “É uma oportunidade de conhecer e usufruir de um dos cartões-postais da Baixada Santista, bem no centro histórico de Santos”, descreve Carlos Fontoura, sócio do Grupo Brasil Adventures, que opera o serviço. “O tempo de descida fica por conta do cliente e podem ocorrer paradas no meio da descida para fotos, selfies e um pequeno descanso.”
Segundo Fontoura, não é necessário experiência na atividade e há a possibilidade de o instrutor acompanhar a pessoa durante toda a descida. O rapel funciona mediante agendamento. Os valores são na casa dos R$ 150.
Além disso, os preços do funicular foram reduzidos. São de R$ 20, de terça a quinta, a R$ 25, sexta a domingo. Também há a opção de fazer apenas o trecho de volta, por R$ 12,50, além de meia-entrada para idosos, crianças e outros públicos específicos. No topo, também há uma capela com séculos de história.
No litoral norte, uma das novidades é o novo Museu Náutico de Ilhabela, inaugurado em julho. O espaço reúne raridades, como uma coleção de peças resgatadas do transatlântico espanhol Príncipe de Astúrias, que naufragou na costa do município há mais de 100 anos. A visitação é gratuita, de segunda a quinta-feira, das 10 às 18 horas, e de sexta a domingo, das 10 às 21.
Parques estaduais e Caminhos do Mar também têm novidades
Parte das trilhas dos parques geridos pela Fundação Florestal passaram por reformas e ações de acessibilidade, como a Trilha da Cachoeira das Três Quedas, no núcleo Curucutu do Parque Estadual Serra do Mar. Há a previsão de que parcerias sejam firmadas nos próximos meses para serviços esportivos.
Fechada por causa de deslizamentos e da pandemia, a ciclotrilha Estrada Rio Pardo Limeira do Parque Estadual Serra do Mar está reaberta desde abril. O caminho abrange os núcleos Padre Dória, São Sebastião e Caraguatatuba, em municípios como São Sebastião, Salesópolis e Caraguatatuba. O acesso é gratuito e aberto diariamente, porém é necessário fazer o agendamento pelo site de ingressos dos parques ligados à Fundação Florestal (ingressosparquespaulistas.com.br). Segundo a fundação, o trajeto está com nova sinalização e controle de acesso.
Também na Serra do Mar, o Núcleo Picinguaba reinaugurou neste mês a Casa da Farinha do Quilombo do Sertão da Fazenda, em Ubatuba. A reabertura ocorreu após 11 meses de reforma, voltada a adaptações para receber o turismo de base comunitária, incluindo um restaurante, aberto diariamente, das 9 às 18 horas.
O espaço é ligado a quilombolas que se estabeleceram por volta da década de 1950 em área que integrava um engenho do século 18, junto a um antigo moinho d’água ainda existente. Mais informações sobre o espaço estão disponíveis pelo e-mail quilombodafazenda20@gmail.com.
Nos Caminhos do Mar, a concessionária responsável implantou um café português no antigo Pouso de Paranapiacaba, que foi restaurado e ganhou um bicicletário. O espaço é conhecido pela vista em dias ensolarados. Não é preciso pagar ingresso para acessar esse trecho, localizado próximo da entrada por São Bernardo do Campo.
Também no acesso pelo ABC Paulista, começou a ser ofertado o aluguel de caiaque e equipamentos de stand up paddle no Reservatório Rio das Pedras, em um trecho no alto da Serra do Mar. “Fica no lugar com a melhor vista, com águas calmas”, descreve Carlos Telecki, diretor operacional do Caminhos do Mar. Também não é preciso pagar ingresso para ingressar nesse trecho, enquanto o aluguel dos instrumentos custa R$ 40 para 30 minutos de uso.
Outra novidade deve ser entregue por volta de março, com uma tirolesa de 500 metros e que vai ligar São Bernardo do Campo e Cubatão, com fim nas ruínas do que teria sido o alojamento de trabalhadores das obras do centenário, também em fase de restauro “Será uma imersão na natureza, com chegada em um monumento histórico”, descreve Telecki.
O diretor também destaca que a concessionária vai oferecer 50% de desconto no ingresso em janeiro para as compras pelo site (https://caminhosdomar.com.br/). Hoje os ingressos custam R$ 40, de quarta-feira a domingo, com promoção a R$ 10 na primeira quarta do mês. Há opções de transporte interno, com custo adicional.
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