Natal e réveillon definitivamente movimentam a cidade de São Paulo. Mais de 2,5 milhões de pessoas devem passar pelo Parque do Ibirapuera, na zona sul, neste fim de ano, muitas delas para ver a árvore de 57 metros de altura montada por lá. No Villa-Lobos, na zona oeste, são esperados outros 2 milhões de visitantes. Isso sem contar outros pontos famosos da cidade, como a Avenida Paulista, com seus quase 3 quilômetros de extensão.
Mas se, por um lado, o fim de ano é uma oportunidade de celebrar a vida e a cidade, por outro acaba se mostrando como uma oportunidade para a ação de criminosos. Os riscos demandam cuidados de quem quer frequentar os pontos turísticos da cidade.
No período recente, eventos como o carnaval e a Virada Cultural, por exemplo, ficaram marcados pela ação de bandidos focados em roubos e furtos de celular. Os crimes patrimoniais estão em queda em São Paulo, mas seguem preocupando a população.
A Polícia Militar informou, em nota enviada à reportagem, que prepara um planejamento especial para garantir a segurança da população, turistas e comerciantes durante as festas de final do ano, com reforço do policiamento nas principais ruas de comércio, pontos turísticos e locais de grande circulação de pessoas. As medidas, afirmou, incluem a Avenida Paulista e os parques do Ibirapuera e Villa-Lobos, além de outros cartões-postais.
Leia também
Nos arredores do Portão 9 do Ibirapuera foram seis registros de crimes em outubro deste ano, sendo três deles de furtos de celular, segundo o Radar da Criminalidade. Como mostrou o Estadão recentemente, ocorrências nas proximidades do Portão 6, no Jardim Lusitânia, também têm preocupado frequentadores do parque e moradores da região.
Moradores do Jardim Lusitânia ouvidos pelo Estadão afirmam que especialmente furtos de celulares e de veículos tornaram-se assuntos constantes em grupos de WhatsApp que reúnem quem mora no bairro. Eles apontam que ocorrências de furtos de motos são frequentes na região, com muitos episódios no começo da noite – entre 18h e 20h, há muitos frequentadores no parque – em dias de semana. As abordagens variam, com atuação individual ou até em grupo.
Para este fim de ano, a Urbia, administradora do parque, informou que a segurança será reforçada, com um aumento de 50% no número de profissionais. Além disso, a concessionária solicitou apoio da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar de São Paulo, assim como da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que já sinalizou que vias ficarão fechadas nas proximidades do parque.
O Radar da Criminalidade apontou que perto do Museu de Arte de São Paulo (Masp), ponto mais famoso da Avenida Paulista, foram registrados 65 crimes em outubro deste ano, sendo 41 destes casos de furto de celular.
Os números representam queda de 44,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas ainda chamam atenção pela quantidade. Como mostrou o Estadão, a Paulista chegou a bater recorde de roubos nos últimos anos.
No caso do Parque Villa-Lobos, foram 19 crimes registrados em outubro deste ano nas proximidades da Avenida Queiroz Filho, o que se consolida como uma alta de 216% na comparação com o mesmo período do ano passado, também segundo o Radar da Criminalidade. Os furtos de celular correspondem à maior parte dos casos, com 8 ocorrências.
Para o fim deste ano, cerca de 2 milhões de pessoas são esperadas no parque, que conta com uma árvore de 55 metros. Conforme a Reserva Parques, que administra o local, foi instalado ainda um circuito imersivo feito por meio de um trenzinho natalino.
A Reserva Parques reforçou que o evento obteve todas as autorizações necessárias pelos órgãos competentes. “Houve também o reforço na vigilância com segurança privada contratada pelo promotor, bem como a disponibilidade de ambulância, entre outras medidas previstas”, disse.
- Para melhor controle do fluxo, das 19h às 22h, a entrada e saída dos pedestres ocorre apenas pela portaria principal. Já para os veículos, a entrada é pelo portão B
Já a operação nos dias de funcionamento do circuito do trenzinho também é reforçada com seguranças, brigadistas, ambulância e, nos sábados e domingos, agentes e sinalização de trânsito, atendendo pedidos da CET. Para a estrutura da árvore, a segurança é 24 horas.
Leia também
Conforme a Secretaria da Segurança Pública, para a região central, o planejamento inclui a Operação Compras, que mobilizará um efetivo adicional na área atendida pelo 11.º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) para prevenir roubos e furtos, e atuar de forma preventiva e ostensiva em horários de maior movimento.
A pasta reforçou ainda que, apesar do planejamento dedicado ao fim de ano, as forças de segurança têm reorientado e intensificado o policiamento e atividades investigativas em toda a Capital, com base nos indicadores criminais, desde janeiro.
“Como resultado, a cidade fechou os primeiros dez meses com queda de 13,6% nos casos de roubos e de 3,8% nos furtos, reflexo das ações contínuas de combate ao crime. No mesmo período, 36.321 infratores foram presos ou apreendidos, e 3.099 armas de fogo foram retiradas de circulação”, disse.
“A PM reforça às vítimas a importância de acionar a instituição pelo telefone 190 em caso de necessidade, garantindo uma resposta rápida e eficiente. Também ressalta a importância do registro do boletim de ocorrência nas delegacias territoriais ou pela Delegacia Eletrônica, possibilitando que a Polícia Civil investigue os casos e identifique os autores”, acrescentou.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
