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Vale a pena ir para o Hopi Hari? Como o parque quer atrair novos públicos?

Com simulador inédito de voo no Brasil e reabertura de brinquedos clássicos, parque continua uma das opções mais buscadas na férias

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Foto do author João Ker
Atualização:

Destino clássico durante as férias escolares e até fora delas, o Hopi Hari inaugurou para este verão três novas atrações e resgatou uma outra na tentativa de atrair mais visitantes. Próximo de completar 25 anos desde que abriu as portas pela primeira vez, o desafio do parque hoje é trazer de volta as gerações que desistiram do local como primeira opção de entretenimento, além de conquistar as novas.

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Outra aposta para atrair o público jovem tem sido a realização de festivas e eventos temáticos no espaço em Vinhedo, a cerca de 70 quilômetros de São Paulo.

Nesse sentido, os três brinquedos que o Hopi Hari inaugurou são uma boa justificativa para quem já conhece o parque visitá-lo de novo. Ainda que a maioria das novidades seja voltada para o público infantil, o Vamvolari, por exemplo, tem potencial de cativar igualmente crianças, adolescentes e adultos.

Inédito no Brasil, o brinquedo fica no Wild West e simula um voo ao ar livre, a 5,7 metros do chão e com a dose certa de adrenalina e de segurança para atrair os mais radicais e não espantar os medrosos (veja no vídeo acima).

Atração inédita no Brasil, Vamvolari simula um voo a céu aberto a 5,7 metros do chão Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Já o Bugabalum e o Aribabobbi, respectivamente nas regiões Infantasia e Aribabibba do parque, podem até não ter o mesmo nível de inovação ou ineditismo, mas servem com eficiência ao propósito de entreter as crianças por meio dos detalhes. “Eu amei. Gostei da adrenalina”, disse Izaque, de 8 anos, que foi com a irmã Laura, de 5, no brinquedo que simula um barco girando em alto-mar.

“Achei divertido porque ele pega uns impulsos, vai girando e você consegue controlar”, acrescentou Júlia, de 10 anos, sobre o Bugabalum, um balão que gira em torno de si e do centro e que, apesar de já ter sido uma das atrações fixas do parque, ficou anos fora de circulação e voltou à ativa em novembro.

Ela e a mãe, Jessyca Corso, de 32 anos, saíram de Campinas para visitar o parque pela quarta vez neste verão: “As atrações até agora estão boas, principalmente para as crianças”.

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A Katapult, montanha-russa que faz um loop ao longo do caminho, também passou pela mesma reinauguração recentemente. No dia que a reportagem visitou o parque, a fila para o brinquedo não era das maiores, mas era suficiente para garantir a saída constante.

O Aribabobbi é uma das três atrações que o Hopi Hari inaugurou em 2023 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Embora não tenha mais o ar de novo ou moderno dos anos que sucederam a inauguração, que foi em 1999, o Hopi Hari ainda se sustenta como boa opção de entretenimento, principalmente infantil e familiar. O seu desafio, entretanto, é se reinventar e alcançar mais nichos de público, garantindo sua estabilidade financeira e sem ficar preso à ideia de diversão puramente nostálgica.

Em setembro de 2020, por exemplo, na reabertura do Hopi Hari após sete meses fechado na quarentena do coronavírus, os membros do “fã-clube” do parque foram alguns dos primeiros a retornarem. “Foi dolorido, sentimos saudades das atrações, dos brinquedos, dos shows”, contou Alexia Ravesh, então com 22 anos, ao Estadão.

Ela e uma amiga, à época com 26, mantinham antes da pandemia o hábito de visitar o Hopi Hari quase que mensalmente, desde 2012.

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O fim da fase de ouro do Hopi Hari veio na esteira de uma tragédia, quando uma adolescente de 14 anos morreu após cair do brinquedo La Tour Eiffel, caso que chegou a render condenações na Justiça e afastou uma parcela do público.

Em nota, o Hopi Hari declarou que o fato ocorreu há mais de uma década, em outra gestão. “A atual administração do Hopi Hari, que assumiu em 2019, vem investindo de forma constante na aplicação e atualizações de protocolos de segurança e treinamentos, como parte de suas diretrizes de gestão”, diz.

O Hopi Hari também enfrentou dificuldades financeiras, que culminaram em um plano de recuperação judicial a partir de 2016.

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Aposta em festivais

Na visita feita pela reportagem em janeiro deste ano, muitas das famílias entrevistadas já estavam na quarta ou quinta ida ao local. Algumas já haviam até perdido a conta de quantas vezes fizeram o passaporte para “o país mais divertido do mundo”. Nas redes sociais, também não faltam postagens de adolescentes dizendo que não veem a hora de voltar até lá.

Com seus 760 mil metros quadrados de área, o Hopi Hari tem nas mãos um trunfo valioso para eventos noturnos e sazonais, como o Hopi Pride, festival de música LGBT+; e a programação especial da Hora do Horror, no Halloween. Inclusive, este é um caminho que pode ser explorado ainda mais, com potencial de cativar um novo público que, por idade ou afinidade, não se interessaria em visitar o local apenas pelos brinquedos e atrações clássicas.

A retomada das atividades no pós-pandemia, de acordo com dados da própria administradora, tem funcionado e refletido no fluxo de visitantes, com um aumento de 13% do público entre 2022 e o final do ano passado. A falta de concorrentes do mesmo porte que fiquem próximos à cidade de São Paulo (uma ida ao Beto Carrero, em Santa Catarina, envolve deslocamento longo, por exemplo) também ajuda a satisfazer o interesse de quem ainda gosta dos parques à moda antiga.

No horizonte, entretanto, a perspectiva de novos espaços como o recém-inaugurado Animalia Park (uma mistura de parque de diversões e zoológico), em Cotia, na região metropolitana da capital, promete deixar a competição mais acirrada.

As amigas Tamires Izaccarelli e Alexia Ravesh fotografadas no Hopi Hari em 2020, após a reabertura do parque Foto: Tiago Queiroz / Estadão


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