SÃO PAULO - Dois dos novos trens do Metrô adquiridos para circular na Linha 5-Lilás (Capão Redondo-Adolfo Pinheiro) foram mais uma vez pichados no pátio da companhia, na zona sul da capital. Nas madrugadas dos dias 12 e 13 deste mês, vândalos invadiram a área e depredaram as composições - ao todo, 24 trens foram comprados ao custo de R$ 615 milhões. A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) informa que os equipamentos passam atualmente por testes.
A primeira composição foi entregue em outubro de 2013. Os trens, no entanto, não estão em operação comercial porque têm tecnologia CBTC (na sigla em inglês, Controle de Trens Baseado em Comunicação), incompatível com o sistema instalado no trecho em funcionamento, com oito composições. A modernização da linha estava prevista para dezembro de 2014. Para aquele ano estava prevista a entrega da expansão até a Estação Chácara Klabin, programada agora para 2017.
O sistema atual do ramal é analógico e controla a distância entre os trens dividindo a linha em setores. A nova tecnologia diminui o intervalo entre eles, evitando a superlotação.
O Sindicato dos Metroviários teme pela segurança dos operadores. “Se conseguem pichar os trens com tranquilidade, podem roubar parte dos circuitos”, acrescentou Alex Fernandes, secretário-geral da entidade.
Prejuízo. Especialista em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), Sérgio Ejzenberg afirma que “a garantia dos vagões não é eterna”. “Esses equipamentos são complexos, outros problemas mais graves podem acontecer enquanto estiverem parados”, disse. O Estado mostrou, em 18 de agosto do ano passado, quando houve a primeira depredação, que a Linha 5 e o monotrilho da Linha 15-Prata têm 31 composições paradas.
O Metrô afirma que seis trens estão com testes concluídos, seis passam pelo comissionamento e 12 aguardam as baterias de checagem. A segurança no pátio foi reforçada e os trens, limpos. A companhia explica que os testes são feitos nas madrugadas e nos fins de semana e promete que os 12 primeiros trens com CBTC começarão a rodar “partir do 2.º semestre deste ano”. O Metrô nega gastos extras com a manutenção, “já que os trens se encontram em prazo de garantia”.
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