Viaduto Santa Ifigênia, no centro de SP, tem reforma concluída, mas ficou 54% mais cara; veja fotos

Obra começou em fevereiro e custou R$ 10 milhões; Prefeitura diz que valor foi ajustado devido à necessidade de inclusão de serviços adicionais

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Foto do author Giovanna Castro
Atualização:

A Prefeitura de São Paulo finalizou neste mês de outubro as obras de revitalização e recuperação estrutural do viaduto Santa Ifigênia, cartão postal do centro da capital. Os trabalhos começaram em fevereiro e tinham entrega prevista para o mês de agosto, o que não se concretizou. O investimento total foi de R$ 10 milhões, um aumento de 54% em relação aos R$ 6,5 milhões inicialmente anunciados.

Viaduto Santa Efigênia ficou oito meses em obras restaurativas. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (SPObras), o valor das obras foi ajustado devido à necessidade de inclusão de serviços adicionais. “Foi identificada a necessidade de incremento no reforço estrutural da laje, que não havia sido detectado nas inspeções realizadas, bem como a substituição do piso de uma área localizada sobre a estação São Bento do Metrô, fora do viaduto, o que também não estava previsto no escopo original”, informou a Prefeitura.

Ainda de acordo com a administração municipal, foi necessário aguardar a autorização pelo DPH (Departamento do Patrimônio Histórico). Após essa aprovação, as obras puderam ser iniciadas, em fevereiro de 2024.

Foram trocadas as pastilhas do calçamento; realizado reparos no sistema de drenagem para acabar com infiltrações, incluindo reconstrução da laje e impermeabilização da estrutura; e feita a pintura das escadas de acesso com tinta antioxidante, conforme a Prefeitura. Pedestres já podem caminhar na via completamente livre.

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Após reforma, Viaduto Santa Efigênia foi reinaugurado no dia 4 de outubro. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As intervenções foram anunciadas após a Prefeitura identificar problemas na estrutura do viaduto, construído em 1913. Segundo a gestão municipal, havia armaduras corroídas, fissuras, infiltrações e defeitos no sistema de drenagem. Também constavam buracos no calçamento.

Uma obra de menor porte já tinha sido realizada no local em 2017 pela gestão de João Doria. Na época, foram feitas limpeza e pintura, além da reforma das escadarias, a troca de lâmpadas e a instalação de cinco câmeras. Já o calçamento ficou por fazer. O então prefeito justificou que houve dificuldades em encontrar pastilhas idênticas às originais.

Então prefeito, João Doria inaugurou revitalização do Viaduto Santa Ifigênia com problemas nas pastilhas do calçamento do viaduto em 2017.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Agora, a gestão Ricardo Nunes (MDB) trocou as pastilhas. “As novas pastilhas, que são idênticas às originais, foram produzidas sob encomenda em uma fábrica de Tambaú, no interior paulista, devido à dificuldade em encontrar no mercado o material no tamanho original de 2 cm x 2 cm. Cerca de 7,2 milhões de pastilhas foram recolocadas, totalizando aproximadamente 3.300 m2 de piso, respeitando a paginação original.”

Foram feitos testes de pintura com quatro tons de amarelo antes da escolha da tinta que reveste a estrutura do viaduto. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

As obras foram autorizadas pelos órgãos municipais de proteção ao patrimônio, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), e mantiveram as características originais do viaduto.

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“A estrutura metálica recebeu hidrojateamento de alta pressão, lixamento e pintura. A seleção das cores do viaduto e de seus pilares foi realizada em conjunto com o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH). Para isso, foram feitos testes de pintura com quatro tons de amarelo, culminando na escolha final para o viaduto. O tom de bege selecionado para os pilares seguiu o mesmo processo.”

Pastilhas do Viaduto Santa Ifigênia foram trocadas por modelos similares aos originais. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“A primeira importância é a segurança das pessoas, esse Viaduto Santa Ifigênia estava deteriorado. Um viaduto que tem mais de um século recebeu algumas reformas pontuais, mas hoje realizamos uma recuperação total, desde a parte da estrutura metálica, concreto, recomposição da impermeabilização e esse piso que respeita totalmente as condições originais”, disse o secretário de Infraestrutura e Obras, Marcos Monteiro.

História do viaduto Santa Ifigênia

O viaduto Santa Ifigênia foi o segundo viaduto de São Paulo, inaugurado em 26 de julho de 1913 para ligar o centro novo ao centro velho, como já fazia o viaduto do Chá, primeiro construído na cidade. Um dos mais famosos cartões-postais da cidade, fica sobre o Vale do Anhangabaú e a Avenida Prestes Maia, ligando o Largo São Bento à Igreja de Santa Ifigênia.

De acordo com informações da Prefeitura de São Paulo, o Santa Ifigênia tem 1.100 toneladas de ferro e 225 metros. O piso em mosaico de pastilhas foi implementado por volta de 1978, após a transformação da via em calçadão e o fechamento para o tráfego de veículos.

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“As peças que compõem o estilo art noveau do viaduto vieram da Bélgica. Em 1978, foi entregue reformado e reinaugurado como calçadão, com peças da mesma empresa que havia fornecido as estruturas originais e, em 1982, foi pintado com as cores do arco-íris”, diz a gestão municipal.

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