Via satélite, inovação ajuda na caça de vazamentos

Reduzir perda de água na distribuição é um dos desafios do setor de saneamento

22/03/2025 | 12h01

No processo de captação e distribuição de água entre os mananciais e as torneiras de uma casa, há muitos pontos que não estão imunes a falhas. O trabalho para combater as perdas é permanente, e a tecnologia é uma grande aliada nesse esforço.

Tecnologia ajuda no planejamento e na manutenção dos sistemas Foto: Sabesp/Divulgação

“Hoje, nós localizamos vazamentos não só com métodos mais tradicionais, como escuta mecânica ou eletrônica, mas também já estamos identificando vazamento via satélite. Por meio de uma diferença de calor, você consegue descobrir se tem um vazamento numa determinada área”, explica Débora Pierini Longo, diretora de Operação e Manutenção da Sabesp.

Com a ajuda dos satélites, as equipes da Sabesp têm obtido muito mais sucesso na busca pelos vazamentos subterrâneos e invisíveis. As imagens mostram onde estão os prováveis problemas, e as equipes então partem para a correção nas ruas.

Tecnologia no esgoto

Na outra ponta, na limpeza do esgoto para que a água despejada novamente nos rios esteja sem poluição, existe também muita tecnologia inovadora em desenvolvimento.

Uma delas é a utilização do processo denominado Nereda, que usa biomassa granulada para purificar a água.

Nas plantas com tecnologias convencionais, as bactérias consomem a matéria orgânica do esgoto em um tanque. Na sequência, os microrganismos são transferidos para outra estrutura, onde os flocos decantam. No caso da plataforma Nereda, é diferente.

Todas as etapas ocorrem em um único tanque, em que um sistema automatizado seleciona mais rapidamente as bactérias que decantam a matéria orgânica. As bactérias selecionadas removem nitrogênio e fósforo sem a necessidade da adição de produtos químicos ou de outros tanques.

Até por isso, o sistema Nereda pode ocupar metade da área de um modelo convencional.

O fato de a remoção dos nutrientes do esgoto ser mais rápida também proporciona menos consumo de energia elétrica.

Em São Paulo, o sistema inovador de limpeza de esgoto é usado pela Sabesp na ETE Parque Novo Mundo.

Menos transtornos em obras

De acordo com Roberval Tavares, diretor de Engenharia e Inovação da Sabesp, outra preocupação da empresa, que tem a ver também com tecnologia, é a redução do impacto das intervenções para o aumento da infraestrutura de saneamento básico pelas ruas da cidade. “Estamos priorizando a instalação das tubulações por método não destrutivo. Ou seja, utilizamos máquinas que fazem a escavação por baixo do solo, sem ter que abrir ruas a avenidas por um longo trecho”, explica Tavares, fazendo referência a uma tecnologia de escavação do subsolo urbano que é mais discreta.

É um sistema, segundo o diretor da Sabesp, que funciona de forma semelhante à do tatuzão usado para abrir túneis de metrôs, porém em uma escala menor. Dessa forma, as intervenções necessárias podem ser feitas sem a necessidade da abertura de valas nas ruas e avenidas das cidades.

A ferramenta funciona em grandes e pequenas tubulações.

Especial Dia Mundial da Água: para celebrar esta importante data, o Estadão Blue Studio, em parceria com a Sabesp, preparou um especial sobre o tema, que traz informações sobre como aderir e manter o Cadastro Único atualizado para garantir a tarifa social e obter descontos na conta de água; mostra onde estão as obras de saneamento; além de mais informações e curiosidades sobre tecnologias, rede de esgoto e outros temas. Acesse e confira.

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