A Polícia Federal fez uma varrição minuciosa na aeronave ? checou as bagagens e a cabine, entrevistou os 405 passageiros e os 18 tripulantes ?, mas não encontrou a bomba que, segundo denúncia anônima, ameaçava o voo 443 da Air France, da rota Rio-Paris.Vinte e quatro horas depois de ter sido forçado a pousar no Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, o avião recebeu autorização para seguir viagem na noite de ontem e chegaria na manhã de hoje. O avião decolou às 21h52.Dois aparelhos de raios-x e um scanner tiveram de ser usados para checar as malas, procedimento que começou às 21 horas de sábado e só terminou às 13h45 de ontem. Peritos conferiram os passaportes e ouviram individualmente todos os passageiros e tripulantes. Cães farejadores procuravam produtos químicos e explosivos. O aeroporto ficou fechado para pousos e decolagens por cerca de 30 minutos. Ambulâncias e veículos dos bombeiros acompanharam o pouso do Boeing 747-400, realizado em uma área isolada da pista.O clima entre os passageiros era de irritação. Muitos reclamavam do cansaço, já que tiveram que ficar no aeroporto até quase cinco horas e não conseguiram trocar de roupa porque não tiveram acesso às bagagens.Reembarque. Depois da varredura feita pela Polícia Federal, seis funcionários da Air France do Rio acompanharam o embarque, mas não se pronunciaram sobre o incidente. Atendentes da TAM e da Swissport auxiliaram no procedimento, que durou mais de duas horas. Ainda durante a madrugada foi montado um gabinete de crise, formado por representantes da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Aeronáutica, Polícias Federal, Civil e Militar, bombeiros e representantes das companhias aéreas que operam no terminal. Anônima. A ameaça de bomba foi feita por telefone a um escritório da Air France no Rio na noite do sábado, aproximadamente três horas após a decolagem. A companhia não se pronunciou sobre quais as medidas que serão tomadas para tentar identificar o autor da ligação. Segundo fontes ligadas à empresa, a ameaça teria sido feita por uma voz feminina. Se não fosse o desvio para o Recife, o voo 433 faria a mesma rota do 447 Airbus A330 que caiu em maio de 2009, matando 228 pessoas. As causas do acidente ainda são desconhecidas.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.