BRASÍLIA - Um em cada cinco brasileiros consome doces cinco ou mais vezes por semana. O problema maior ocorre entre a população jovem, revela estudo feito pelo Ministério da Saúde: 28,5% das pessoas entre 18 e 24 anos consomem esses produtos com regularidade.
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“Estamos expondo essa população a um risco expressivo para diabete”, afirmou a diretora de Vigilância de Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Maria de Fátima Marinho de Souza.
Na pesquisa, coordenada pelo Ministério da Saúde nas capitais do País e no Distrito Federal, 7,4% dos entrevistados disseram ter diagnóstico médico de diabetes. O porcentual é maior do que o identificado pelo mesmo estudo em 2006, quando a pesquisa foi realizada pela primeira vez. Naquele ano, 5,5% dos entrevistados afirmavam ter diagnóstico da disfunção.
Diabete cresce 300% no mundo; entenda a doença e veja se você corre riscos
1 / 15Diabete cresce 300% no mundo; entenda a doença e veja se você corre riscos
Diabete cresce 300% no mundo em 34 anos; confira se você corre riscos
O número de pessoas com diabete em todo o mundo aumentou quase 300% entre 1980 e 2014, chegando a 422 milhões de adultos, segundo relatório recém-divu... Foto: ReutersMais
O que é a doença
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabete (SBD), a diabete é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou, quando a fabrica, não co... Foto: AFPMais
Diabete tipo 1
Há dois tipos de diabete: tipo 1 e tipo 2. Segundo a SBD, no tipo 1 há influência genética, ou seja, quem tem um familiar próximo diabético tem mais c... Foto: ReutersMais
Diabete tipo 1
Entre 5% e 10% das pessoas com diabete tem o tipo 1, que se manifesta normalmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticada em adultos. Foto: Reuters
Diabete tipo 2
A diabete tipo 2 se manifesta quando o corpo não consegue usar de forma adequada a insulina que produz ou não fabrica insulina suficiente para control... Foto: IstockMais
Diabete tipo 2
Cerca de 90% das pessoas têm o tipo 2, que aparece mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem desenvolvê-la. Não há pesquisas conclusiv... Foto: ReutersMais
Fatores de risco
Já para a diabete tipo 2, devem ficar atentas as pessoas com: pressão alta, colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides... Foto: Reuters
Fatores de risco
... estar acima do peso também é fator de risco. Foto: Reuters
Fatores de risco
Quem tem pai ou irmão com diabete ou doença renal crônica também deve ficar de olho. Foto: Reuters
Fatores de risco
Também são fatores de risco apneia do sono ou diagnóstico de distúrbio psiquiátrico, como esquizofrenia, depressão ou transtorno bipolar. Foto: Reuters
Fatores de risco
Mulheres com síndrome de ovários policísticos ou que tiveram diabete na gestação ou bebê com peso superior a 4 quilos também devem ficar atentas. Foto: Reuters
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue. Em três minutos é possível saber se há alteração na taxa de glicemia. O resultado é confirmado p... Foto: ReutersMais
Tratamento
A diabete tipo 1 é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas. Foto: Reuters
Tratamento
Já a diabete tipo 2, dependendo da gravidade, pode ser controlada com atividade física e alimentação. Há casos em que é preciso usar insulina ou outro... Foto: ReutersMais
Complicações
Quem tem diabete e não se trata pode ter uma série de complicações, como doença renal, problemas nos pés e membros inferiores e nos olhos. Em casos gr... Foto: ReutersMais
O trabalho indica que a diabete é mais frequente entre mulheres e se torna mais comum com o passar da idade. “Claro que isso não é um destino. Várias estratégias podem ser adotadas para tentar impedir esse desfecho”, disse Maria de Fátima. Entre as medidas estão a prática da atividade física, o combate ao sobrepeso e à obesidade.
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O Vigitel confirma ainda uma tendência já vista em vários países: o aumento dos casos de diabete entre pessoas de menor renda. O trabalho brasileiro mostra que a disfunção atinge sobretudo pessoas com baixa escolaridade. “Consequentemente, de menor salário”, afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
Em 2015, as taxas da doença entre pessoas entre 0 e 8 anos de estudo que se declararam diabéticas foi de 13,5%. Um porcentual bem mais alto do que o identificado com pessoas de 12 anos ou mais de escolaridade: 3,7%. “Esse grupo assistiu também ao longo de 10 anos um aumento das taxas, mas muito menos expressivo”, observou a diretor. Em 2006, 2,8% dos entrevistados com maior escolaridade se diziam diabéticos.
Rio e Porto Alegre são as capitais que apresentaram maiores indicadores de pessoas que se declaram com a doença. No Rio, 8,8% dos entrevistados disseram ser diabéticos, enquanto em Porto Alegre a taxa foi de 8,7%. São Paulo apresentou o quinto maior porcentual: 7,7% disseram ter o problema. Palmas teve o melhor indicador: apenas 3,9% dos entrevistados afirmaram ser diabéticos. Maria de Fátima observou, no entanto, que os números devem ser avaliados com certo cuidado. “É preciso levar em conta também o acesso ao diagnóstico”, disse. Maiores taxas, completou, podem estar associadas a locais onde a oferta de atendimento seja facilitada.