Após imunizar 30 mil pessoas contra a meningite meningocócica, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que concluiu o bloqueio vacinal contra meningite meningocócica nos distritos de Vila Formosa e Aricanduva, na zona leste de São Paulo, onde houve um surto localizado da doença. Entre 17 de setembro e terça-feira, 10, foram vacinadas na região 30.027 pessoas, sendo os adolescentes de 11 a 14 anos de idade com o imunizante meningo ACWY e os demais, nas faixas etárias de 3 meses a 10 anos e de 15 a 64 anos, com o meningo C.
Foram vacinados moradores, estudantes e trabalhadores do perímetro delimitado de 3 quilômetros na região em que foram registrados cinco casos da doença, entre 16 de julho a 15 de setembro, e que abrange quatro Unidades Básicas de Saúde (UBSs) locais: UBS Formosa II, UBS Vila Guarani, UBS Jardim Iva e UBS Comendador José Gonzalez. Além disso, também foram realizadas ações de imunização “casa a casa”.
Para quem ainda deseja se imunizar, as quatro unidades seguirão vacinando até o dia 28 de outubro pessoas que residem, trabalham ou estudam nestas localidades, com idade entre 3 meses e 64 anos. É preciso apresentar comprovante de endereço, trabalho ou de estudo. Para consultar se o endereço de residência, de emprego ou escola está contemplado no perímetro delimitado para a vacinação basta acessar este link, no qual constam as ruas contempladas no bloqueio vacinal.
Após o dia 28, as unidades retomarão o calendário vacinal regular do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que estabelece que o imunizante contra a meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês de 3, 5 e 12 meses. Já o de meningite ACWY atualmente é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos de idade (a vacinação foi ampliada no dia 19 de setembro também para adolescentes de 13 a 14 anos, até junho de 2023 conforme definições do PNI).
A vacina está disponível nas UBSs e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs integradas de segunda a sexta-feira, e nas AMAs/UBSs Integradas, aos sábados.
Vale lembrar que apenas em situações excepcionais, como a do surto localizado que ocorreu nos distritos da Vila Formosa e Aricanduva, os imunizantes são aplicados em adultos pela rede pública. A exceção são profissionais de saúde, que podem ser vacinados mediante comprovante de vínculo empregatício em serviço de saúde do município de São Paulo. A vacinação desses profissionais está liberada até fevereiro de 2023.
A secretaria afirma que não há um surto generalizado de meningite meningocócica na cidade de São Paulo e que, inclusive, o número de casos da doença é menor em 2022 na comparação com 2019, ano antes da pandemia. Do início deste ano até terça-feira, foram registrados 58 casos de doença meningocócica na capital, enquanto de janeiro a setembro de 2019, foram registrados 158 casos da doença. Até o momento, o número de óbitos soma dez casos em 2022, ante 28 entre janeiro e setembro de 2019. Entre as vítimas mais recentes está a confirmação em 5 de outubro da morte de um homem de 22 anos.
“É considerado surto de doença meningocócica quando há ocorrência de três ou mais casos do mesmo tipo em um período de 90 dias na mesma localidade entre pessoas sem vínculo entre si”, esclarece a pasta.
A meningite é uma doença que mata e pode deixar graves sequelas, principalmente a bacteriana, que tem letalidadade em torno de 20% no País. No Brasil, o mais comum é o tipo C (que envolve 80% dos casos), seguido do tipo B. Os tipos A, W e Y são menos frequentes. A vacinação é a forma mais eficiente para proteger contra a doença.
Embora a Prefeitura tenha intensificado a vacinação somente na população das áreas afetadas, especialistas, no entanto, reforçam que a vacina é indicada para todos. Como na rede pública só está disponível no calendário para a imunização de crianças, adolescentes e adultos em situações especiais, além de aplicação em casos de surto da doença, outros públicos precisariam buscar a rede particular para se proteger da doença.
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