Um levantamento do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) divulgado nesta sexta-feira, 9, mostra que 80% dos estabelecimentos de saúde privados pesquisados registrou aumento de internações por dengue nas duas semanas anteriores à pesquisa. O levantamento foi realizado de 29 de janeiro a 7 de fevereiro de 2024 e teve como base 91 hospitais privados paulistas (64% da capital e Grande São Paulo e 36% do interior).
A maior parte dos hospitais (89%), contudo, não registrou aumento no número de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) por dengue. Por outro lado, 51% dos hospitais registraram crescimento de 11% a 20% das internações em leitos clínicos devido à doença. Outros 45% tiveram altas de até 10%.
Também na maioria dos hospitais analisados (81%), foi registrado aumento do número de pacientes que testaram positivo para a dengue. Do total de estabelecimentos, 34% registraram alta de 6% a 10% de casos; 20% registrou aumento de 51% a 70%; e 27% registrou crescimento de 31% a 50% nos diagnósticos. Os dados foram obtidos pelo setor de pronto-atendimento dos hospitais, que atende casos de emergência.
Ainda, a pesquisa aponta que a faixa etária mais frequente dos pacientes atendidos com dengue nos hospitais analisados é de 30 a 50 anos.
Para o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, os resultados da pesquisa refletem a escalada da doença no cenário nacional. “O surto cresce rapidamente e o único controle mais efetivo é o aumento das ações das autoridades sanitárias para orientar a população no controle da proliferação do mosquito”, destacou ele, em nota divulgada pelo SindHosp.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2024 foram registrados quase 400 mil casos prováveis de dengue no Brasil — quatro vezes mais do que o registrado no mesmo período do ano passado (cerca de 93 mil).
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.