Anvisa autoriza registro de vacina para prevenção de bronquiolite em bebês

Imunizante é destinado ao combate do vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por 75% dos casos de bronquiolite até os 2 anos; a aplicação será na gestante

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Foto do author Victória  Ribeiro
Atualização:

Nesta segunda-feira, 1, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) oficializou no Diário Oficial da União a autorização para o registro da vacina Abrysvo, produzida pela farmacêutica Pfizer. O imunizante é destinado ao combate do vírus sincicial respiratório (VSR), um agente patogênico conhecido por causar infecções no trato respiratório, especialmente a bronquiolite.

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A vacina Abrysvo é direcionada especificamente a gestantes entre 32 e 36 semanas de gestação. Ao imunizar gestantes, o intuito é fornecer proteção indireta aos recém-nascidos e bebês com até 6 meses de idade. Esse grupo, juntamente com os idosos, é considerado especialmente suscetível ao desenvolvimento de formas graves de infecção pelo VSR.

Cabe destacar, inclusive, que também foi autorizado o uso da vacina em indivíduos com 60 anos de idade ou mais, já que se trata de uma população considerada de risco.

Proteção dos bebês será feita de forma indireta por meio da aplicação da vacina em gestantes entre 32 e 36 semanas  Foto: Wilton Junior/AE

A administração do imunizante é realizada por via intramuscular, e é necessária uma única dose. Em comunicado, a Anvisa informou que, assim como ocorre com qualquer medicamento, foram identificados alguns efeitos colaterais leves, tais como dores no local da aplicação, de cabeça e musculares.

É importante ressaltar que antes do registro o imunizante passou por estudos clínicos internacionais que demonstraram a segurança e eficácia na proteção de bebês e idosos. O estudo de fase 3 contou com a participação de mais de sete mil grávidas em 18 centros de pesquisa em todo o mundo, quatro deles no Brasil.

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Entre os resultados obtidos, o estudo revelou que o imunizante foi capaz de prevenir em 82% a ocorrência das formas graves de doenças respiratórias em crianças de até 3 meses e em 69% naqueles de até 6 meses de vida. Em idosos, a proteção contra quadros respiratórios graves chega a 85,7%.

Bronquiolite

O vírus sincicial respiratório é responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite até 2 anos. A doença causa a inflamação dos bronquíolos, parte final dos brônquios, responsáveis pela distribuição do oxigênio nos pulmões.

Em entrevista recente ao Estadão, a pediatra Flávia Jaqueline, do Hospital Sabará Infantil, em São Paulo, explicou que o VSR circula principalmente no outono e no inverno, em especial nos meses de maio e abril. Contudo, o ciclo foi atípico dessa vez.

“Por ser um vírus transmitido pelas vias respiratórias, durante a pandemia, com o isolamento social, ele circulou menos. Com o final das medidas de isolamento social, a circulação do VSR vem retornando aos padrões pré-pandemia, o que pode ter colaborado com o aumento das taxas de internação nos últimos anos”, afirmou.

Vale destacar que, além do VSR, a bronquiolite também pode ser causada por outros vírus, como o influenza e o adenovírus, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

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Sintomas e tratamento

Os sintomas da doença são muito parecidos com os de um resfriado. De acordo com o Ministério da Saúde, os mais comuns são: febre baixa, dor de garganta, cabeça e nariz escorrendo.

A pasta destaca ainda alguns sinais de alerta para a bronquiolite, que indicam a necessidade de buscar um atendimento médico. São eles: febre alta, tosse persistente, dificuldade para respirar, chiado no peito e lábios e unhas arroxeadas.

A pediatra do Sabará cita também a dificuldade na hora de mamar como um indicativo importante de gravidade da doença. “O bebê com bronquiolite fica muito cansado, já que é difícil respirar. Isso muitas vezes acaba se manifestando através da dificuldade na hora de mamar”.

Com relação ao tratamento, não há nenhum específico para o VSR, principal causador da doença, nem contra a bronquiolite.

O Ministério da Saúde recomenda evitar contato com pessoas contaminadas e reforçar cuidados básicos de higiene, como lavagem frequente das mãos e de objetos potencialmente contaminados, como brinquedos. Agora, a vacinação chega como aliada fundamental na prevenção do quadro.

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