Aprenda o jeito certo de jogar remédio fora; lixo não é opção

Medicamentos descartados de forma incorreta podem afetar o meio ambiente e a saúde humana

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Foto do author Victória  Ribeiro

Você já parou para pensar no destino daqueles medicamentos esquecidos, e possivelmente vencidos, que estão em alguma gaveta de sua casa? Antes de simplesmente jogá-los no lixo, no vaso sanitário ou no ralo, é importante considerar os impactos negativos que essa prática pode ter tanto no meio ambiente quanto na saúde humana.

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Essa é a preocupação central que impulsiona a campanha Remédio: não usou, descartou, uma iniciativa iniciada no domingo, 7 de abril, e promovida pelo Grupo Mulheres do Brasil e pelo Ciência na Saúde, organizações lideradas por Luiza Trajano, conhecida por ser fundadora do Magazine Luiza.

Por meio de conteúdos nas redes sociais, materiais educativos e vídeos protagonizados por embaixadores como Xuxa e Drauzio Varella, a campanha tem o objetivo de conscientizar sobre a importância de descartar os medicamentos de forma adequada.

Medicamentos vencidos ou não utilizados devem ser levados até pontos de coleta para receber o tratamento adequado. Jogá-los no lixo comum representa um risco à saúde do planeta e das pessoas. Foto: Halfpoint/Adobe Stock

Conforme explica Juan Carlos Becerra, coordenador do Grupo Técnico de Trabalho de Logística Reversa, Resíduos e Gestão Ambiental do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), o descarte incorreto de medicamentos pode prejudicar o meio ambiente e a saúde humana, uma vez que recursos vitais, como solo e água, frequentemente são afetados.

Além disso, ele ressalta que esses medicamentos descartados de forma errada podem acabar retornando ao consumo, especialmente entre populações vulneráveis – o que também é muito preocupante, já que não há prescrição e podem estar vencidos.

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“Muitas pessoas no Brasil usam medicamentos de forma indiscriminada e excessiva como forma de autocuidado. Se existe esse consumo irracional, querendo ou não, há uma maior produção de resíduos. É um ciclo vicioso”, analisa Becerra.

Mas então, como realizar o descarte de forma adequada?

De acordo com cartilha produzida para a campanha “Remédio: não usou, descartou”, existem diversos pontos de coleta para descartar medicamentos, como farmácias ou drogarias. Eles estão espalhados por todo o Brasil, totalizando mais de 4 mil estabelecimentos.

Para encontrar o posto mais próximo de você, basta acessar o site da LogMed (é só clicar aqui). É importante destacar que o processo de deixar os medicamentos nos pontos de coleta é completamente gratuito.

Quais tipos de medicamentos podem ser descartados?

Os consumidores devem descartar medicamentos de uso humano vencidos ou não utilizados, tanto industrializados quanto manipulados.

Até mesmo aqueles classificados como “tarja preta” podem ser depositados nos pontos de coleta, juntamente com bulas e embalagens vazias.

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Medicamentos de uso veterinário também podem ser descartados nos pontos de coleta?

Não. Os medicamentos veterinários possuem composições e ingredientes distintos dos medicamentos domiciliares de uso humano, demandando cuidados especiais para garantir a segurança da população.

O descarte apropriado de medicamentos veterinários geralmente segue as orientações das autoridades de saúde animal, como órgãos reguladores e clínicas veterinárias.

Também posso descartar seringas e agulhas usadas?

Não. É fundamental seguir as orientações específicas da sua região e consultar os serviços de saúde locais para obter informações sobre o descarte seguro de resíduos médicos, como seringas e agulhas.

O que acontece com os medicamentos de uso humano descartados nos pontos de recebimento?

Após o descarte nos pontos de recebimento, como farmácias ou drogarias, os medicamentos são encaminhados para destinação final ambientalmente adequada em empreendimentos licenciados pelo órgão ambiental, uma vez que os medicamentos não são recicláveis.

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