PUBLICIDADE

Barreiras sanitárias contra covid e fiscalização não afastam banhistas do litoral de SP

Praias da Baixada Santista ficaram lotadas nesta segunda-feira, 15, apesar do cancelamento de ponto facultativo do carnaval

PUBLICIDADE

Por Lucas Melo e Salim Burihan
Atualização:

SANTOS E CARAGUATATUBA - Praias do litoral de São Paulo registraram movimento alto de veranistas nesta segunda-feira, 15, apesar do cancelamento de ponto facultativo do carnaval pelas prefeituras, conforme decisão do governo estadual, por causa da pandemia do novo coronavírus. Segundo a Ecovias, 265 mil veículos desceram ao litoral paulista desde sexta-feira, 12, sendo que 200 mil já retornaram.

Em Guarujá, está permitida a disponibilização, por cada ambulante ou quiosque, de no máximo dez guarda-sóis, com duas cadeiras cada. Para hotéis, pousadas e condomínios, a regra tem uma diferença: a oferta está restrita a um guarda-sol e duas cadeiras para cada quarto ou unidade habitacional.

Barreiras sanitárias orientam turistas quanto às medidas de prevenção à covid-19 Foto: Lucas Melo/Estadão

PUBLICIDADE

Porém, mesmo com as medidas adotadas pelo poder público municipal, foi possível identificar aglomeração em alguns pontos da faixa de areia. "Para uma segunda-feira a praia está cheia, mas o consumo está bem abaixo. Até agora só vendi meia porção de peixe e uma de batata. No sábado e domingo, foi melhor", disse a ambulante Vanessa Souza, 37 anos.

As cidades da Baixada Santista realizaram no final de semana barreiras sanitárias para orientar os turistas quanto às medidas de prevenção contra a covid-19. "No final de semana havia mais gente porque tinha o pessoal que faz o bate-volta. Eles vêm e ficam apenas no final de semana", afirmou o ambulante José Martins, 56 anos.

Já no litoral norte, o movimento de banhistas permaneceu bem abaixo do esperado nesta segunda. Comerciantes estimam uma queda no faturamento de até 70% em comparação ao mesmo período no ano passado. Em São Sebastião e Caraguatatuba, as prefeituras limitaram a capacidade dos estabelecimentos na orla. Em Ubatuba, mesas e cadeiras na faixa de areia foram proibidas.  

Para o comerciante Valdir Zapelão, de 70 anos, do Quiosque Golfinhos, na Praia Grande, a mais procurada de Ubatuba, este é o pior carnaval dos 24 anos que administra o estabelecimento. “O movimento está 70% abaixo do registrado em anos anteriores", disse. "Há pouca gente e poucos dias. Para complicar, existem as restrições impostas pela prefeitura: proibiu mesas e cadeiras na areia da praia, e permitiu apenas 40% da ocupação no interior do estabelecimento.”

Praia das Pitangueiras, no Guarujá, recebe número alto de banhistas Foto: Lucas Melo/Estadão

Stefhane Carmo, que trabalha no Quiosque Canto Bravo, na Praia Martim de Sá, a mais frequentada de Caraguatatuba, avalia que o movimento está 60% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. “Nem parece uma segunda-feira de carnaval. Tem pouca gente na praia”, comentou. A prefeitura da cidade autorizou que quiosques coloquem mesas e cadeiras na areia.

Publicidade

Em Maresias, destino badalado da costa sul sebastianense, o movimento de banhistas foi maior, embora seja limitado pelas regras impostas pela prefeitura aos quiosques. O Kanaloa, por exemplo, tinha suas 18 mesas ocupadas nesta manhã. “A queda no movimento deve-se ao limite de mesas liberadas pela prefeitura. No ano passado, trabalhamos com 45 mesas, todas lotadas diariamente. Se pudéssemos ampliar o número, hoje, não faltariam clientes”, afirmou Jairo Salgado, gerente do estabelecimento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.