Beber refrigerante pode causar osteoporose? Entenda e saiba mais sobre a doença

Gamer Neto Silva, de 21 anos, que consumia excessivamente o líquido e foi diagnosticado com a doença, acalorou o debate

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Foto do author Ana Lourenço
Atualização:

Na última semana, o gamer Neto Silva, conhecido como ‘Smoke’, de 21 anos, disse ter sido diagnosticado com osteoporose. A notícia viralizou, uma vez que a doença não é comumente vista em pessoas mais jovens. Mas a rotina desregulada - com mais de 18 horas sentado e consumo exacerbado de cafés e energéticos para se manter acordado por causa dos campeonatos de jogos virtuais - pode ter contribuído para o diagnóstico. Silva também afirmou que chegou a beber mais de 3 litros de refrigerante por dia.

Por que o refrigerante causa osteoporose?

“A alimentação pobre em cálcio e alimentos pobres em proteínas podem contribuir para a osteoporose. Muita gente fala do refrigerante, mas na verdade qualquer bebida em excesso, principalmente junto com a refeição, pode levar a uma quelação, que é como se a bebida grudasse com alimento. Esse alimento grudado retém o cálcio e passa sem ser absorvido”, diz Carlos Eduardo Oliveira, ortopedista e médico do Hospital dos Servidores Público do Estado (HSPE). “Ou seja, serve para refrigerantes, mas também para sucos de caixinha, que têm muito conservantes.”

Conforme ele explica, o osso é composto de uma parte mineral, calcária, e uma parte orgânica que são células e matrizes. “A junção dos dois é que faz o osso ser resistente e flexível ao mesmo tempo. Um vidro, por exemplo, é tão rígido que quebra fácil. Tem que ter os dois e para isso, a grande tríplice: cálcio, proteína e vitamina D”, diz.

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A osteoporose pode ser natural pelo envelhecimento, pode ter origem genética e também pode ser induzida por alterações hormonais. “Não existe um grupo específico que pode ter a doença. É mais difícil em crianças, porém desnutrição infantil pode causar fragilidade óssea, assim como outras condições, metabólicas e hormonais que também proporcionam a quebra dos ossos”, explica.

“Doenças como lúpus e outras colagenoses podem contribuir para isso. Afinal, o indivíduo faz uso crônico de corticoide e a cortisona descalcifica o osso. Também pode acontecer com indivíduos que tenha insuficiência renal, um diabético tipo um, que tem deficiência da função renal, pode desenvolver uma descalcificação dos ossos”, diz Oliveira.

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Tudo é individualizado para mostrar que o equilíbrio entre a mineralização e a matéria orgânica do osso facilita a perda da massa óssea e da sua resistência, podendo proporcionar fraturas com baixa energia, ou seja, um espirro pode quebrar uma costela. Mas esse osso, por estar fraco, dificilmente tem a capacidade de produzir lesão ao redor.

A musculação ajuda a prevenir doenças, diminui as dores causadas pela artrose nos joelhos e auxilia na flexibilidade e nas atividades diárias ao fortalecer a musculatura (perdida após os 50 anos). Foto: Evenimente Dradea/Creative Commons

“Essa é uma doença silenciosa, só dá sintomas, às vezes, quando quebra”, diz o especialista. “O tratamento tem de corrigir o déficit de proteína, para melhorar a matriz orgânica, aporte vitamínico para ver a síntese dessa conversão de célula para matriz orgânica e reposição mineral.”

O que fazer para evitar a osteoporose?

Apesar disso, ter estilo de vida saudável, com exposição solar e práticas de atividades físicas, principalmente a musculação, é bom para prevenção. “Quando você faz força com uma contra-resistência e promove movimento, a estrutura músculo-ligamentar e óssea responde, aumentando a densidade. Isso demanda tempo não é do dia para noite, mas é um método barato e eficiente”, incentiva.

No Pergunte ao Especialista desta semana falamos sobre contaminação em osteoporose Se você também tiver alguma dúvida sobre saúde, psicologia, bem-estar, exercício físico ou nutrição, escreva para ana.lourenco@estadao.com ou envie uma DM para o nosso Instagram.

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