Moradores de áreas da capital paulista sem indicação para vacina contra a febre amarela formaram nesta sexta-feira, 12, longas filas em postos para garantir a imunização. No Hospital Rede Hora Certa da Penha, na zona leste, os interessados começaram a chegar antes mesmo das 6 horas, segundo funcionários.
A comerciante Adriana Cristina Menarim, de 40 anos, conseguiu ser vacinada nesta sexta em sua segunda tentativa. “Tentei na quinta, cheguei um pouco depois das 6 (horas) e a fila dobrava a esquina.” Adriana não tem planos de ir a áreas de risco, mas, mesmo assim, está apreensiva com a circulação do vírus.
Já a dona de casa Daniela Fernandes Paulino, de 39 anos, foi atrás da vacina para ela e o filho, de 5 anos, porque vai viajar para Mairiporã, na Grande São Paulo, e para Andradas, em Minas Gerais, nas próximas semanas. “Achei que estaria mais tranquilo, porque aqui não é região de recomendação. Penso que muita gente quer tomar logo a dose antes que comecem a distribuir a fracionada”, comenta.
Doses fracionadas da vacina serão aplicadas a partir de fevereiro. A dose integral será mantida, mas apenas para casos específicos, como para quem vai a países que exigem o certificado.
A farmacêutica Amanda Paiva, de 34 anos, ficou mais de sete horas no hospital para conseguir a vacina e o certificado. “Às 7 (horas) eu já estava na fila, mas só fui vacinada às 13 (horas). Depois me deram nova senha para a emissão do certificado”, conta. Ela precisa do documento para viajar ao exterior.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que houve “aumento significativo” na procura pela vacina, o que causou filas. “A unidade (Rede Hora Certa Penha) vacinava em média 30 pessoas por dia e somente nesta sexta aplicou cerca de 1.300 doses”, diz a nota. Segundo a Prefeitura, só neste ano, 109 mil pessoas foram vacinadas na zona norte e 189,8 mil na sul.
Mairiporã. A prefeitura de Mairiporã lançou nesta sexta uma campanha para que praticantes de atividades esportivas se vacinem antes de visitar a cidade. Agências e organizadores de eventos também fazem alertas. O município é o mais afetado pela febre amarela na Grande São Paulo, com ao menos duas mortes e 42 casos suspeitos.
“Mairiporã é uma cidade muito propícia para práticas esportivas. Algumas pessoas pensam que, se já tomaram a vacina, podem vir, mas é preciso esperar dez dias”, diz o secretário municipal do Esporte, Cultura e Lazer da cidade, Ronaldo Fratello.
Sócio da equipe de canoagem e stand up paddle Piratas de Mairiporã, Victor Coelho, de 31 anos, diz que o número de clientes caiu quase pela metade por causa do surto. “Em época boa temos 20 pessoas por dia. Agora são umas 10, 12”, comenta.
Já a Tribo do Pedal Selvagem, organizadora de um evento de mountain bike na cidade em março, está alertando inscritos. “Sempre que um atleta nos procura, perguntamos se ele está vacinado”, diz o guia da empresa Fábio Caldeo, de 48 anos.
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