Grávida pode tomar café? E criança? Saiba qual é a recomendação médica de consumo da bebida

As propriedades nutricionais do café impactam principalmente grávidas, crianças e idosos, que enfrentam momentos fisiológicos distintos; especialistas ensinam a consumir de forma saudável

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Por Giovanna Castro
Atualização:

O Brasil é o 14° País que mais bebe café no mundo e, aqui dentro, a bebida só perde para a água na lista de líquidos mais consumidos – é o que mostra um estudo realizado pela plataforma CupomValido.com.br com dados da Organização Internacional do Café (OIC) e Dieese. A bebida faz parte da cultura e da história brasileira, mas também reflete na saúde das pessoas.

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Apesar de trazer mais benefícios do que malefícios à saúde, segundo especialistas, o café provoca –principalmente por causa da cafeína – alguns efeitos no corpo que devem ser considerados na hora de ajustar o consumo da bebida. De acordo com o médico cardiologista Bruno Mahler Mioto, que dedicou seu doutorado ao tema, gestantes, por exemplo, devem reduzir significativamente o consumo para não prejudicar o bebê.

Idosos e crianças também devem ter o número de doses ajustadas. Por estarem em fases fisiológicas mais ou menos aceleradas que um adulto, é importante garantir que a cafeína não terá uma influência negativa para esses grupos de consumidores.

Idosos devem ter a dose de café ajustada pois estão em fase de diminuição da capacidade fisiológica e a bebida tem alto teor estimulante. Foto: Pexels

Qual a quantidade máxima ideal de consumo de café por grávidas?

Quem está esperando um bebê e tem o hábito de tomar café todos os dias deve reajustar a quantidade para não prejudicar a gestação. “O consumo excessivo de café pela gestante pode levar a restrição de crescimento intrauterino, ou seja, o bebê vai crescer menos, além de uma diminuição do fluxo placentário”, diz Mioto.

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Juliana Gimenez Casagrande, nutricionista doutoranda em Ciência dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP) e também especialista na bebida, concorda que o grupo merece atenção. Ela explica que a cafeína pode competir com nutrientes que a gestante e o bebê precisam em grande quantidade, como, por exemplo, o cálcio e o ferro.

“São nutrientes que sofrem muita reação com a cafeína. Por isso, o excesso de cafeína vai competir com a absorção desses dois minerais, fazendo com que, de repente, essa pessoa tenha uma baixa absorção de cálcio e ferro”, diz.

Além disso, a especialista ressalta que o café tem propriedades estimulantes e, por isso, beber muito pode intensificar sintomas que são comuns nesse período, como o refluxo. Por esses motivos, a recomendação é de que grávidas tomem até duas xícaras de chá de café com leite por dia – o que corresponde de 240 a 340ml de café coado por dia.

“A gente agrega o leite pelo benefício em relação à fonte de cálcio”, justifica Mioto. O café expresso possui uma concentração de cafeína maior, por isso, deve ser consumido em menor quantidade ou ser evitado.

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Quanto de café crianças podem consumir por dia?

Assim como as grávidas, as crianças também precisam de muitos nutrientes, em especial o cálcio, por estarem em um momento de crescimento. Ao mesmo tempo, pela imaturidade fisiológica, elas têm menos resistência a possíveis efeitos negativos da cafeína, como a insônia.

“Esse é um assunto polêmico, alguns estudos indicam que o ideal é que a pessoa só comece a consumir café a partir dos 12 anos, já outros falam que, a partir dos 6 anos, a bebida já pode começar a ser introduzida”, diz Juliana.

Para Mioto, o ideal é que o consumo inicie aos poucos na infância. “A criança pode começar experimentando da xícara dos pais, para se familiarizar com a bebida, e então começar a beber o café com leite no café da manhã quando for para a escola”, diz.

Segundo os especialistas, quando consumido com moderação, o café pode ajudar no rendimento escolar da criança. A recomendação é que crianças até 10 anos bebam no máximo 2/3 de xícara de chá de café por dia (o equivalente a 200 ml). “De preferência, deve-se optar pelo café descafeínado e com leite”, recomenda Juliana.

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Dos 10 aos 15 anos, o consumo pode aumentar um pouco: uma xícara de chá e meia ou 350 ml por dia, preferencialmente acompanhado do leite. Depois dos 15, até os 20 anos, a quantidade diária máxima recomendada é de quatro xícaras pequenas de café e meia, ou 450 ml.

E os idosos?

A partir dos 60 anos, as pessoas passam por um processo de desaceleração do metabolismo. Por isso, a absorção e a transformação das substâncias do café no corpo acontecem mais lentamente e em menor quantidade.

Os especialistas recomendam que idosos que têm o hábito de beber café todos os dias mantenham a prática, pois a retirada da bebida pode causar oscilações de humor e até diminuir aspectos sociais importantes, como a reunião com amigos para o cafezinho da tarde.

No entanto, é preciso reduzir as doses para no máximo três xícaras pequenas de café coado por dia, ou 300 ml. Se for café expresso, eles recomendam diminuir para a metade.

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