
Embora sejam a principal causa de mortalidade no Brasil desde a década de 60, as doenças cardiovasculares e metabólicas ainda são negligenciadas pela maioria da população. Falta de adesão adequada ao tratamento, dificuldades em manter mudanças no estilo de vida e até desconhecimento sobre os fatores metabólicos de risco para as doenças cardiovasculares são situações marcantes no País. "Vivemos uma banalização das doenças cardiovasculares e metabólicas no Brasil", explica José Francisco Kerr Saraiva, diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC/Funcor). "As pessoas temem o câncer, mas não levam a sério, muitas vezes, as doenças que mais matam no País", completa.
Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, com o apoio da AstraZeneca, Bayer e Novartis, acaba de lançar a campanha "Parou por quê? O tratamento das doenças cardiovasculares e metabólicas não pode parar", um projeto inédito para levar informação às pessoas com essas enfermidades sobre a importância da adesão ao tratamento. "É fundamental que o paciente perceba que, ao falar em tratamento, não podemos nos ater apenas ao uso do remédio", destaca Celso Amoedo, presidente da SBC. "Nós sabemos que a mudança no estilo de vida, também abandonada durante o período da pandemia, é indispensável para o controle do paciente e o sucesso do tratamento", acrescenta.
"Quando você extrapola isso para atividade física e alimentação controlada, indispensáveis para o tratamento juntamente com a medicação, a situação é ainda mais desanimadora", continua Amoedo. A SBC quer alertar a população de que, no caso de doenças cardiovasculares e metabólicas, não adianta simplesmente ir ao médico uma vez por ano e tomar o medicamento. "O remédio é fundamental, obviamente, mas ele sozinho não faz milagres", lembra o médico, ressaltando o fato de que 80% das doenças cardiovasculares poderiam ser evitadas com a mudança no estilo de vida. A tecla já é conhecida, mas continua sendo fundamental para garantir o sucesso do tratamento.
Segundo Saraiva, a campanha "Parou por quê?" tem o objetivo de levar informações para a população de maneira rápida e eficiente, com maior foco nas mídias digitais. Para isso, valeu-se da presença do ator Ary Fontoura, uma estrela nas redes sociais, que já conta com mais de 3 milhões de seguidores de todas as idades no Instagram. "O Ary não parou na pandemia; seu crescimento no meio digital se deu justamente nesse período. Queremos reforçar que nunca há motivos para deixar de lado o controle das doenças cardiovasculares e metabólicas e lembrar o simples fato de que elas matam mais que o câncer no Brasil", conclui o diretor da SBC.