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Câncer de bexiga: o acesso a novos medicamentos pode mudar a história da doença

Avanços terapêuticos mostram eficiência e aumentam as perspectivas de controle dos tumores em fases mais avançadas

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Por Zodiac
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O tumor de bexiga é uma doença agressiva que pode surgir tanto em homens quanto em mulheres – mas é muito mais comum neles. A explicação para isso, de acordo com o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer, está ligada ao principal fator de risco desse tipo de câncer: o tabagismo. “Isso porque, em números absolutos, os homens ainda fumam mais que as mulheres”, explica. “Quando a fumaça do cigarro é inalada, leva para o corpo mais de mil componentes tóxicos. Eles têm uma ação direta nas vias respiratórias e são absorvidos pelo trato digestivo e também pelo sangue”, descreve o médico. “Quando esse sangue passa pelo rim, as substâncias danosas do tabaco se acumulam na urina e ficam paradas na bexiga, irritando a mucosa do órgão e propiciando o desenvolvimento de lesões”, completa.

Atenção aos sinais

A presença de sangue na urina pode sinalizar o surgimento do câncer de bexiga e merece uma investigação. “Aumento da frequência urinária, ardor ao urinar e dor pélvica também podem aparecer, mas esses são sintomas de uma doença mais avançada”, explica Fernando Maluf. Para chegar ao diagnóstico, é comum a  solicitação de um exame de imagem, capaz de indicar uma massa ou pólipo no órgão. A citoscopia, um exame endoscópico no interior da uretra, também faz parte da análise. Se for detectada uma lesão suspeita, é realizada uma raspagem, chamada ressecção transuretral (RTU), para retirar uma amostragem do tumor, que será analisada em laboratório.

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“O câncer de bexiga pode ser diagnosticado em diferentes fases. Na primeira, mais precoce, ele está restrito à mucosa do órgão, e o tratamento é feito por raspagem. Em alguns casos, se recorre também à aplicação da BCG intravesical, que induz uma resposta inflamatória capaz de proteger contra o reaparecimento da doença”, explica o oncologista.

Possibilidades terapêuticas

Quando o câncer já invadiu a camada muscular, a alternativa é a remoção total ou parcial da bexiga, algumas vezes associada a quimio e radioterapia, na tentativa de preservar a maior parte do órgão. Na fase em que o tumor chegou ao tecido gorduroso, a outros órgãos próximos ou aos linfonodos, ou seja, aos gânglios, o tratamento pode combinar cirurgia, quimio, radio e imunoterapia, esta usada para estimular o sistema imunológico a combater as células cancerosas.

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“Em seu estágio mais avançado, o tumor se espalhou para locais distantes, como fígado, pulmão e ossos. São as metástases”, observa Fernando Maluf. “Nessa fase, quando os recursos como quimio e imunoterapia falham, hoje contamos com avanços como os chamados anticorpos conjugados a drogas (ADCs, na sigla em inglês)”, conta o especialista, que explica como age essa classe de medicamentos: “Essa droga inteligente age como um cavalo de troia. Ela se alia a um receptor muito predominante no câncer de bexiga, o nectina-4, e dessa forma consegue colocar dentro da célula tumoral uma substância que inibe sua proliferação, sem atacar os tecidos sadios”, explica. Um estudo mostrou que, em casos da doença metastática, a nova droga, comparada aos quimioterápicos convencionais, reduziu em torno de 30% o risco de morte e de progressão do câncer.1

Para apresentar e discutir os avanços no tratamento do câncer de bexiga, a Zodiac, empresa do grupo Adium, reuniu especialistas para apresentar e discutir os avanços relacionados ao câncer de bexiga. O evento contou com a presença do oncologista Daniel Petrylak, do Yale Cancer Center. O médico é um dos responsáveis pelo estudo que serviu de base para a aprovação do novo medicamento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Essa terapia é como se fosse um ‘míssil teleguiado’ contra a doença, afinal ela atua diretamente nas células cancerígenas. Trabalhei nos estudos sobre o medicamento desde a primeira fase, e as respostas que recebemos foram únicas. Nunca estudei uma substância que fosse capaz de dar os resultados que tivemos em todas as fases do estudo”, conta Petrylak.

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Para Alexandre Seraphim, diretor-geral da Zodiac, o medicamento traz uma nova esperança para pacientes com câncer de bexiga. “É um momento muito especial para todos nós que temos o paciente no centro de tudo que fazemos. Uma droga inovadora, uma nova rota para o tratamento.”

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