Câncer de pulmão: entenda sinais e fatores de risco da doença de Aracy Balabanian

Atriz foi diagnosticada com este tipo de tumor e estava em tratamento desde o fim de 2022

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Por Redação
Atualização:

A atriz Aracy Balabanian morreu aos 83 anos, nesta segunda-feira, 7. Ela estava internada na Clínica São Vicente, no bairro da Gávea. Diagnosticada com câncer de pulmão, a artista que se destacou no teatro e se tornou uma das figuras mais conhecidas da teledramaturgia brasileira, estava em tratamento contra a doença desde o fim de 2022. Apesar do diagnóstico de câncer, a causa da morte ainda não foi confirmada.

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Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), segundo as estimativas deste ano, este é o terceiro tipo de tumor mais comum em homens (18.020 casos novos) e o quarto em mulheres no Brasil (14.540 casos novos) - sem contar o câncer de pele não melanoma.

“É o primeiro em todo o mundo em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. Em mortalidade é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres segundo estimativas mundiais de 2020, que apontou incidência de 2,2 milhões de casos novos, sendo 1,4 milhão em homens e 770 mil em mulheres”, de acordo com o Inca.

A taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre homens e desde meados dos anos 2000 entre as mulheres. No Brasil, a doença foi responsável por 28.618 mortes em 2020. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis.

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Aracy Balabanian morreu aos 83 anos, no Rio de Janeiro; Diagnosticada com câncer de pulmão, estava em tratamento contra a doença desde o fim de 2022.  Foto: TV Globo/Divulgação

Existem quantos tipos de câncer de pulmão?

Existem dois tipos: o de pequenas células e os de não pequenas células. O primeiro é mais agressivo, com crescimento rápido do tumor, e mais de 90% dos casos estão associados ao tabagismo, segundo a oncologista Suellen Nastri, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. O segundo, por outro lado, são um “pouco mais indolentes”, de acordo com a médica, com um crescimento mais lento.

Ainda de acordo com o Inca, a taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18% (15% para homens e 21% para mulheres). Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial (câncer localizado), para o qual a taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%.

Os pacientes podem ser assintomáticos?

Os pacientes podem ser totalmente assintomáticos e, conforme o Inca, os sintomas aparecem, em geral, quando a doença já está em estágios mais avançados. “Se a gente tiver um nódulo pequeno dentro do pulmão, o paciente pode não sentir absolutamente nada.”

Quais são os principais fatores de risco do câncer de pulmão?

Assim como outros cânceres, o de pulmão é explicado por um “erro” nas células, que começam a se multiplicar de forma desordenada e descontrolada. Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco. Aproximadamente oito em cada dez casos diagnosticados, o tumor está associado ao consumo de derivados de tabaco, segundo o Inca.

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O tabagismo, porém, não é o único fator de risco. Poluição do ar, fatores genéticos, infecções pulmonares de repetição e exposição a agentes químicos ou físicos, como asbesto, sílica e urânio, estão associados à doença. A maior parte dos casos afeta pessoas entre 50 e 70 anos.

Quais são os sinais e sintomas de alerta, segundo o Inca?

“Os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado, mas algumas pessoas com câncer de pulmão em estágio inicial apresentam sintomas”, afirma o Inca. Os mais comuns são:

  • Tosse persistente;
  • Escarro com sangue;
  • Dor no peito;
  • Rouquidão;
  • Piora da falta de ar;
  • Perda de peso e de apetite;
  • Pneumonia recorrente ou bronquite;
  • Sentir-se cansado ou fraco;
  • Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns.

Se você tiver algum desses sintomas, deve procurar atendimento médico.

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Tratamento médico

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Ainda segundo o Inca, o tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, radio-oncologista, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social.

“Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para definir se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos em outros órgãos”, afirma ainda o órgão. O tratamento pode envolver cirurgia, administração de medicamentos, quimioterapia e radioterapia. Clique aqui para saber mais. Também é recomendável que o paciente faça um acompanhamento pós-tratamento.

O tratamento vai depender da extensão (estadiamento) do tumor. Segundo Suellen, nos estadios 1, 2 e 3, a cirurgia é a principal intervenção, que pode ser complementada por quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. Quando já há metástase (células cancerosas formam tumores em partes do corpo diferentes do turmo original), conforme o Inca, “o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo”.

Qual a importância do diagnóstico precoce?

O diagnóstico precoce é a chave para o sucesso do tratamento e da recuperação, de acordo com a oncologista Suellen, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. “(Para) O paciente que diagnostica esses tumores no início, a chance de cura é alta, beirando 80%, 90%.”

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“Radiografia de tórax e tomografia computadorizada de tórax são os exames inicias para avaliar um nódulo ou massa pulmonar. Uma vez confirmada a suspeita de neoplasia por médico especialista, exames complementares como PET-SCAN e ressonância de crânio são solicitados para avaliar a extensão da doença”, acrescenta o Inca.

Como prevenir a doença?

  • Não fumar;
  • Praticar atividade física;
  • Evitar o tabagismo passivo;
  • Evitar a exposição a agentes químicos (como arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), presentes em determinados ambientes de trabalho.
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