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Carne de porco é mais gordurosa? Transmite doenças? Veja respostas para dúvidas mais comuns

Muitas questões rondam o imaginário das pessoas a respeito desse alimento. Por isso, conversamos com especialistas da área para esclarecer o que é mito e o que é verdade

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Por Thais Szegö

A carne de porco não é uma vilã para nossa saúde como muitos acreditam. Cortes magros como lombo, pernil e filé mignon são recomendados para quem busca uma alimentação saudável e balanceada. Esses cortes, quando comprados em locais de confiança e preparados corretamente, podem proporcionar não apenas uma refeição saborosa, mas também uma fonte rica de vitaminas do complexo B, zinco, ferro e outros nutrientes essenciais. Além disso, graças às rigorosas práticas de criação e controle sanitário, o risco de doenças é praticamente nulo. Veja abaixo o que especialistas dizem sobre essas e outras dúvidas sobre o consumo de carne suína.

A carne de porco pode ser considerada um alimento saudável?

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Ela é muito bem-vinda na dieta, especialmente se for inserida em um cardápio equilibrado. Ao contrário do que muitos pensam, ela não é necessariamente mais gordurosa do que os outros tipos de carne e conta com uma grande quantidade de proteínas de alto valor biológico.

Isso significa que ela fornece de maneira balanceada aminoácidos fundamentais para o corpo, mas que ele não é capaz de produzir. Assim, ajuda o organismo a construir e preservar os músculos, a pele, as unhas e os cabelos e a realizar ações enzimáticas e hormonais.

É verdade que a carne suína está menos gordurosa do que no passado?

Sim. Atualmente, a alimentação desses animais está muito mais equilibrada. Além disso, eles passaram por algumas seleções genéticas realizadas através do cruzamento de porcos que fizeram com que houvesse uma redução na sua quantidade de gordura, calorias e colesterol.

Carne suína não é vilã se for consumida em cortes magros e preparada corretamente Foto: alex9500/Adobe Stock

Qual carne é mais saudável: de porco, frango ou vaca?

Todas podem ser igualmente saudáveis, dependendo do corte (se for baixo em gordura) e do preparo. “Se compararmos cortes com o mesmo perfil, como os magros dos três animais, analisando o peito de frango e os filés mignon de porco e de vaca, por exemplo, vamos encontrar valores nutricionais parecidos, especialmente em relação à gordura, calorias e proteínas”, diz a nutricionista Melissa Malfate, com pós-graduação em nutrição clínica pelo GANEP Nutrição Humana, da Clínica Sartor, em São Paulo.

Por que a carne de porco é malvista por muita gente?

Além da crença de que esse tipo de carne tem muita gordura, muitos têm o receio da transmissão de algumas verminoses, em especial a teníase/cisticercose. Esse problema tinha mais chance de acontecer no passado, quando os porcos eram criados soltos com acesso a água e alimentos que tinham entrado em contato com fezes humanas de pessoas acometidas pela teníase, também conhecida como solitária.

“Quando os suínos ingerem os ovos da tênia, desenvolvem a cisticercose muscular e, caso uma pessoa ingira sua carne, apresentará a doença”, explica Sérgio Bertelli Pflanzer, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que é especialista em carnes e qualidade e segurança dos alimentos.

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Atualmente, a criação dos suínos acontece predominantemente em locais com elevado controle higiênico, fazendo com que o risco de transmissão desse tipo de doença seja praticamente nulo.

É verdade que a carne suína atrapalha a cicatrização?

Essa relação faz parte da crença popular, mas não há evidências científicas que a embasem.

Quais cortes mais recomendados pensando em uma alimentação saudável? E quais exigem mais atenção?

O ideal é ingerir com mais frequência os mais magros, como o lombo, o pernil e o filé mignon. “Já os mais gordurosos, a costela e a panceta, por exemplo, devem entrar mais esporadicamente no cardápio”, recomenda Melissa.

Quais cuidados devemos ter na hora da compra?

É imprescindível que a carne tenha boa procedência e seja adquirida em locais limpos e conhecidos, como açougues e supermercados, e que sua embalagem esteja íntegra. “Escolha sempre produtos que tenham passado por inspeção sanitária e não leve para casa os que apresentem cheiro forte ou estranho, já que a carne quase não tem odor”, orienta Pflanzer.

Quais os cuidados na hora do preparo?

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O professor explica que é importante cozinhar, assar, grelhar ou fritar bem a parte externa, onde pode haver a presença de micro-organismos, o que é normal em qualquer alimento. “A parte interna, mesmo mal passada, é segura para consumo, desde que as recomendações para a compra sejam seguidas”, garante.

Além disso, no dia a dia, o ideal é optar por preparos que levem menos gordura. O consumo de versões mais gordurosas, como as fritas, deve ser exceção. A redução na quantidade de gordura que o alimento sofreu nos últimos anos fez com que ela acabasse ficando um pouco mais seca, por isso, é interessante lançar mão de uma marinada ou um molho para deixá-lo mais suculento.

Quais são os nutrientes que podemos encontrar nesse alimento?

Dentre os macronutrientes, a proteína é o de maior destaque, como acontece com todas as carnes. Nos micronutrientes, podemos destacar as vitaminas do complexo B, especialmente importantes para as atividades cerebrais e o bom funcionamento do sistema nervoso; o zinco, que aumenta a eficiência das defesas do organismo e, entre as carnes, é encontrado em maiores concentrações na de porco; o ferro, essencial para o transporte do oxigênio pelo sangue; potássio, que ajuda a regular a pressão sanguínea; fósforo, importante para o metabolismo; e selênio, que tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e fortalece o sistema imunológico.

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Mulheres grávidas podem comer carne de porco?

Sim, desde que o alimento tenha boa procedência e seja preparado da forma adequada.

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