Casos de covid triplicam na cidade de São Paulo; como diferenciar de um quadro de dengue?

Ambas as doenças podem provocar febre e dor no corpo; para diagnóstico adequado, são necessários exames específicos

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Por Lara Castelo
Atualização:

O número de casos de covid-19 registrados na cidade de São Paulo mais que triplicou entre a primeira semana epidemiológica de 2024, que vai de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024, e a sexta, que compreende o período de 4 a 10 de fevereiro de 2024. No período, de acordo com o painel interativo da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o número de casos passou de 881 para 3.443.

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Para o infectologista David Uip, diretor nacional de infectologia da Rede D’Or, devem haver ainda mais casos. “Como grande parte dos testes são feitos em casa e não são informados ao governo, os números apontados pelos órgãos de saúde tendem a ser menores que a realidade”, esclarece.

Para a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, o aumento dos casos de covid-19 nas últimas semanas está associado à circulação de uma nova variante do vírus no País. “A variante JN.1 da ômicron chegou ao Brasil no final de 2023, e sempre que há a chegada de uma nova variante, há a possibilidade de aumento de casos”, comenta.

Com o carnaval, o cenário deve piorar em todo o Brasil, de acordo com o infectologista Renato Grinbaum, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). “O vírus da covid-19 é transmitido através da exposição de fluídos respiratórios contaminados, o que é favorecido devido às aglomerações típicas desse período”, explica.

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Essa alta no número de casos de covid, contudo, não deve resultar em uma maior ocorrência de quadros graves da doença, de acordo com Grinbaum. “Diferente do que aconteceu durante a pandemia, hoje grande parte da população já teve contato com o vírus e está vacinada – e consequentemente, mais protegida”, pontua.

Casos de covid-19 voltaram a subir no Brasil e, hoje, um dos principais sintomas é a dor de garganta. Em caso de contaminação, é importante usar máscaras. Foto: Adobe Stock

O que fazer se o diagnóstico de covid-19 for positivo?

Segundo a especialista do Einstein, se for circular em espaços públicos, nesse caso é importante usar máscara cirúrgica bem acoplada ao rosto. Também é indicado evitar entrar em contato com indivíduos com riscos de complicações, como idosos, imunodeprimidos, pessoas com comorbidades e gestantes.

Caso seja possível fazer o isolamento social em casa, Emy diz que o ideal é ficar sete dias afastado. Se, ao final desse período, o paciente não tiver febre sem o uso de antitérmicos e perceber melhora dos sintomas respiratórios, pode sair do isolamento. Agora, se no quinto dia a pessoa estiver sem febre há pelo menos 24 horas sem uso de antitérmicos e perceber melhora dos sintomas, até pode sair do isolamento, desde que faça um teste que dê negativo. Se o paciente for considerado imunodeprimido, vale uma conversa com o médico.

Se apresentar sintomas de gravidade, como falta de ar, dor no peito e prostração, é fundamental que o paciente procure um médico para seguir com o tratamento adequado, segundo a especialista.

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Como saber se é dengue ou covid?

A dengue é uma doença que está em disparada no Brasil. Só que alguns de seus sintomas iniciais costumam ser semelhantes aos da covid-19, o que pode causar confusão. “Nos dois casos, é comum sentir febre, dor no corpo e mal estar. Por isso, é necessário que os especialistas do sistema de saúde estejam bem preparados para realizar o diagnóstico de forma adequada”, pontua Uip.

Justamente pela similaridade de sintomas, a diferenciação entre dengue e covid-19 é feita por avaliação do médico e exames laboratoriais específicos, segundo Emy. Ela comenta ainda sobre a possibilidade de uma infecção pelos dois vírus ao mesmo tempo, o que implica ainda mais a necessidade de buscar um médico para realizar o tratamento adequado.

Em contrapartida, segundo Uip, há sintomas mais característicos observados nos pacientes de cada doença. “Na dengue, o mais comum é sentir uma sensação de ‘quebra de ossos’, uma dor muito forte no corpo; já nos casos de covid-19, temos visto principalmente dor de garganta, diferente do que acontecia na pandemia, quando predominava falta de ar”, compara.

Para Grinbaum, outro ponto importante é que a covid-19, diferente da dengue, costuma ocasionar sintomas respiratórios, como tosse persistente, dor de garganta e coriza.

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Confira os sintomas mais (e menos) comuns

Sintomas mais comuns da covid-19

  • Febre;
  • Cansaço;
  • Tosse seca.

Sintomas menos comuns da covid-19:

  • Perda de paladar ou olfato;
  • Congestão nasal;
  • Conjuntivite;
  • Dor de garganta;
  • Dor de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Erupção cutânea;
  • Náusea ou vômito, diarreia;
  • Calafrio ou tonturas.

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Sintomas mais comuns da dengue:

  • Febre alta;
  • Dor no corpo e nas articulações;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal-estar;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo.

Sinais de alarme da dengue são caracterizados principalmente por:

  • Dor abdominal intensa e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Acúmulo de líquidos;
  • Sangramento de mucosa;
  • Irritabilidade.

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