SÃO PAULO – A média móvel de novos casos semanais de síndrome respiratória aguda (SRAG), que compreende tanto quadros de covid-19 quanto de outras doenças, subiu cerca de 77% em crianças de 0 a 4 anos entre fevereiro e março, aponta boletim do InfoGripe, da Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira, 25. O número de casos passou de aproximadamente 970, na primeira semana de fevereiro, para cerca de 1,9 mil por semana, entre os dias 13 a 19 de março.
Entre as crianças de 5 a 11 anos, o aumento na média móvel no mesmo intervalo de tempo foi de 216%, ou seja, ainda maior do que o de faixas etárias mais jovens. Ainda assim, o número absoluto de casos nesse público segue menor, uma vez que partiu de cerca de 160 casos semanais de SRAG para uma média estimada em 506 casos por semana.
A incidência de síndrome respiratória em crianças de 0 a 11 anos, apontou o levantamento do InfoGripe, apresentou ascensão significativa em boa parte dos Estados ao longo do mês de fevereiro. Ela estaria associada tanto a casos de vírus sincicial respiratório nos mais pequenos, de 0 a 4 anos, quanto também a casos de covid-19 no grupo de 5 a 11 anos.
Os novos dados mostram que quatro das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Distrito Federal, Espírito Santo, Roraima e Sergipe. Em outras seis delas, há sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo: Acre, Alagoas, Goiás, Maranhão, Paraíba e Rio de Janeiro. Em todas essas localidades os dados por faixa etária sugerem tratar-se de cenário restrito à população infantil, apontou a Fiocruz.
A curva nacional dos casos de SRAG mantém sinal de queda nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas), acompanhando a queda nos casos associados à covid-19. No entanto, apresenta indícios de possível início de estabilização em patamar que já é inferior ao de começo de novembro de 2021, quando havia sido registrado o menor número de novos casos semanais desde o início da pandemia.
Conforme o boletim, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,3% para influenza A, 0,3% para influenza B, 15,8% para vírus sincicial respiratório e 73,8% para a covid. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 0,7% para influenza A, 0,0% para influenza B, 0,1% para vírus sincicial respiratório e 98,5% para a covid.
O boletim aponta que os registros de SARS-CoV-2 mantêm predomínio entre os casos com resultado laboratorial positivo para vírus respiratórios em todas as faixas etárias analisadas, exceto nas crianças de 0 a 4 anos de idade.
Como mostrou o Estadão, dados laboratoriais coletados pela Fiocruz alertam para aumento nos casos associados ao vírus sincicial respiratório na faixa etária de 0 a 4 anos, o que reforça a necessidade de cuidados, sobretudo no retorno às aulas. O VSR, que pertence ao gênero pneumovírus, é um dos principais agentes de infecção aguda nas vias respiratórias em crianças pequenas, que pode afetar os brônquios e os pulmões.
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