Casos no Brasil sobem 65% e chegam a 200; países vizinhos fecham fronteiras

Total de testes positivos na América Latina chega a 612 casos, com ao menos quatro mortes; Argentina e Colômbia já impedem o acesso de estrangeiros a seus territórios, mesmo sem sintomas da doença

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Foto do author Sandy Oliveira

Em um intervalo de apenas 24 horas, o Brasil registrou um crescimento de 65% no número de casos confirmados de infecção pelo coronavírus, com um total que passou de 121 para 200, de acordo com balanço divulgado na tarde de ontem pelo Ministério da Saúde. A América Latina já soma ao menos 612 registros, e países como Argentina e Colômbia anunciaram fechamento de fronteiras. 

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No Brasil, São Paulo e Rio são os Estados onde há transmissão comunitária do vírus – ou seja, ele já circula nessas regiões. Eles têm 136 e 24 casos da doença, respectivamente, sem nenhuma morte. Distrito Federal (com 8 casos), Paraná (6), Rio Grande do Sul (6), Santa Catarina (6), Goiás (3), Minas Gerais (2), Espírito Santo (1), Rio Grande do Norte (1), Bahia (2), Pernambuco (2), Alagoas (1), Sergipe (1) e Amazonas (1) têm casos importados, de pessoas que contraíram a covid-19 em outras regiões. 

Autoridades médicas estaduais ainda investigam 1.915 casos suspeitos da doença, segundo os dados do ministério. Desde janeiro, 1.470 suspeitas foram descartadas. 

No restante do continente, há ao menos quatro mortes reportadas: uma no Equador, outra no Panamá e duas na Argentina, de doentes que contraíram a doença fora de seus países. Levantamento feito pelo Estado com base em agências internacionais contabilizou 612 casos ao todo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que faz atualização diária das ocorrências pelo mundo, contava 445 registros na região até ontem.

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Homem anda em mercado com prateleiras vazias em Buenos Aires, Argentina Foto: Ronald Schemidt/AFP

Restrições. Os países membros do Mercosul devem decidir hoje medidas conjuntas, em uma teleconferência. Segundo disse ontem o presidente do Paraguai, Mario Abdo, em uma entrevista coletiva, o bloco deve estabelecer um fechamento parcial das fronteiras. A Argentina, entretanto, anunciou fechamento ontem de suas fronteiras por 15 dias – as autorizações de entrada são para argentinos e estrangeiros que residem no país. 

O presidente Alberto Fernández planeja aplicar uma quarentena de dez dias em todo o país. “Tudo o que podemos fazer para restringir as reuniões públicas – ir ao teatro, ir ao cinema – será bem-vindo. Estamos analisando a possibilidade de fazer um corte em algum momento, para que as pessoas possam ficar em casa e, assim, evitar a circulação do vírus”, disse Fernández, em entrevista à Radio 10, de Buenos Aires.

O presidente afirmou que a tentativa era evitar transmissão comunitária antes da chegada do inverno.

No fim de semana, a Colômbia também já havia determinado que apenas colombianos ou estrangeiros residentes no país poderiam cruzar a fronteira, e mesmo assim com obrigação de cumprir quarentena de 14 dias. A medida tem início a partir de hoje. No Peru e no Chile, os portos marítimos foram fechados para cruzeiros e haverá controle médico nos acessos terrestres. O Chile também determinou o fechamento das escolas por duas semanas, segundo comunicado do presidente Sebastián Piñera. 

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Paraguai. Na Ponte da Amizade, que liga Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, agentes sanitários e militares do Paraguai têm equipamentos de medição de temperatura corporal para barrar brasileiros que cruzam a ponte com sintomas da doença. O país vizinho contabiliza nove casos confirmados.  Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro anunciou que seis estados e a capital, Caracas, entrarão em “quarentena social coletiva” a partir de hoje. Neste período, os cidadãos devem permanecer em casa e o comércio será fechado. 

Maduro disse em um pronunciamento de TV que “não há opção”, exceto a quarentena. “Ou nós vamos para a quarentena ou a pandemia pode brutal e tragicamente derrubar o país”. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS