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Clareamento dental: saiba o que funciona e o que deve ser evitado

Do consultório à farmácia, há opções que se encaixam em diferentes rotinas e orçamentos; acompanhamento profissional é importante em todos os casos

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Por Bárbara Giovani

Um sorriso branco é desejo quase unânime da população, mas algumas opções de clareamento disponíveis no mercado podem não apenas provocar dor como também danificar o dente. Por isso, é importante entender como os procedimentos funcionam e qual o tipo mais indicado para cada caso.

Sérgio Brossi Botta, presidente da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), explica que o clareamento dental é uma técnica não invasiva que deve ser priorizada antes de outras intervenções, como o procedimento para colocar lentes de contato nos dentes.

Produtos para clareamento dos dentes incluem pastas e enxaguantes bucais Foto: Alessandro Grandini/Adobe Stock

Segundo Botta, há três tipos de clareamento dental:

  • De consultório: É feito com aplicação de gel nos dentes. Cada sessão dura cerca de 45 minutos e o procedimento precisa ser repetido de duas a três vezes. Antes, a técnica incluía a ativação do gel clareador por luz, mas o método não é mais recomendado.
  • Caseiro: Para o clareamento dental em casa, o paciente deve fazer uma moldeira com um dentista. O aparelho consiste em uma placa no formato da arcada dentária, em que o produto clareador é aplicado. O paciente deve realizar o procedimento uma vez ao dia, permanecendo com a placa encaixada na boca de uma a quatro horas. O procedimento costuma mostrar resultados após 10 ou 15 dias.
  • Over-the-counter: É aquele que se pode comprar em farmácias e engloba produtos variados, como enxaguante bucal, pasta, fitas clareadoras ou canetas clareadoras.

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O principal agente responsável pelo clareamento dental é o peróxido de hidrogênio, popularmente conhecido como água oxigenada. Ele é usado tanto nos produtos aplicados em consultório quanto no utilizado para o clareamento caseiro. O que muda é a concentração da substância: mais alta para o procedimento em consultório e mais baixa para aquele feito em casa.

A mesma lógica é válida para o clareamento over-the-counter. Para poderem ser vendidos em farmácias, os produtos têm pequenas concentrações de peróxido de hidrogênio. Com isso, os resultados demoram mais a aparecer.

O que é efetivo e o que evitar

Nem sempre a solução para as manchas é o clareamento. Para marcas causadas por alimentos pigmentados que se acumulam na superfície do dente, por exemplo, o ideal seria uma limpeza dental no consultório.

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Por isso, a orientação é realizar o acompanhamento com o dentista, que indicará qual o tratamento ideal e, se for o caso, o tipo de clareamento.

Entre pessoas com sensibilidade nos dentes, o procedimento de consultório oferece menos riscos. Isso porque o peróxido de hidrogênio pode aumentar a sensibilidade, além de causar queimaduras e irritação na gengivas e lábios, mas quando o gel é utilizado no consultório, o dentista aplica uma proteção nas áreas sensíveis, diminuindo os danos.

Segundo Botta, os clareamentos over-the-counter também requerem orientação profissional. “Se o paciente tiver alguma lesão de cárie, alguma trinca no dente ou qualquer outro problema, esse gel pode entrar em contato e causar dores muito grandes”, afirma.

Para ele, os produtos over-the-counter podem ser usados após o clareamento de consultório ou caseiro, na manutenção da cor do dente, para as manchas não se formarem novamente tão rápido. “Então ele (o paciente) já passou por uma avaliação do dentista, que indicou qual é o melhor creme dental ou enxaguante que ele vai poder usar”, diz.

A seguir, veja as diferenças entre as opções over-the-counter disponíveis no mercado.

Enxaguante bucal: Possui uma quantidade baixa de peróxido de hidrogênio, por isso pode ser eficiente como manutenção do clareamento de consultório ou caseiro. Nesses casos, pode ser usado em dias alternados, de acordo com orientação profissional.

Fita clareadora: É eficiente, mas entra em contato com a gengiva e pode ocasionar irritação na região. A liberação do princípio ativo ocorre no intervalo de 5 a 60 minutos.

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Caneta clareadora: Possui peróxido de hidrogênio ou carbamida (mais fraca do que a água oxigenada) em sua composição. No entanto, é pouco eficiente porque permanece por um pequeno período sobre a superfície do dente — a diluição salivar e a fricção da língua e dos lábios removem rapidamente o clareador.

Pastas dentais: Apresentam efeitos sutis e em longo prazo. Por conta de sua maior abrasividade, aumentam a sensibilidade e, usadas por longos períodos, podem causar maior desgaste da superfície do dente.

Vale ressaltar que os cremes dentais com carvão ativado não têm função clareadora. “Eles absorvem as impurezas (do dente), não são para clareamento”, explica Botta.

O dentista ainda alerta para o uso de produtos em pó comprados pela internet, como o próprio pó de carvão. Por ser abrasiva, a substância tende a desgastar a superfície do dente. “O dente vai perdendo estrutura e, quando isso acontece, ele vai ficando mais reto, com menos anatomia, e vai ficando mais amarelo”, afirma Botta.

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