O Rio Grande do Sul vive uma pressão sem precedentes sobre o seu sistema de saúde em razão do avanço da covid-19 pelo Estado. Atualmente, os 3 mil leitos de UTI disponíveis, tanto na rede pública quanto na rede privada, estão ocupados. A situação tem se convertido em uma demanda física e emocional inédita para médicos, que observam de perto o drama de pacientes com a doença.
O Estadão conversou com três profissionais que atuam na linha de frente de unidades em Porto Alegre e em Pelotas, no interior do Estado. O médico Túlio Tonietto, do Hospital Moinhos de Vento, disse que “é uma coisa que a gente nunca viu aqui em Porto Alegre”. O médico José Augusto Pellegrini, do Hospital de Clínicas da capital gaúcha, disse ter a “nítida impressão de que não vamos dar conta da transmissão desenfreada que está acontecendo”.
O médico Leandro Figueiredo, da Beneficência Portuguesa de Pelotas, disse que, mesmo diante do avanço mais recente da doença, “as pessoas não têm noção” do que está se passando. “Pode não ter ninguém infectado no teu meio, mas a gente que está no hospital vê a gravidade e rapidez com que a doença evolui”, afirmou. Leia a seguir a íntegra dos relatos.
Todo o Estado permanece em bandeira preta, classificação de risco tida como altíssima pelo governo. Nesta quinta-feira, as cidades gaúchas somaram 188 mortes em decorrência da doença, em meio a 9.994 novos casos confirmados.
O governador Eduardo Leite (PSDB) assinou uma carta junto a outros 13 governadores solicitando que o presidente Jair Bolsonaro adote providências para viabilizar a aquisição de mais vacinas contra o novo coronavírus. "Pedimos que o governo federal solicite apoio aos países que detêm vacinas hoje e à Organização Mundial da Saúde. O governo federal aponta que comprou doses. Mas precisamos que elas cheguem o quanto antes! Precisamos nos unir. O inimigo é o vírus!", declaro Leite, segundo nota divulgada pela sua gestão.
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