ENVIADO ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO* - “Os pacientes de vocês ‘betam’?” Foi com essa provocação que a psicóloga Elizabeth Carneiro, diretora da Clínica Espaço Clif, que estuda e trabalha com dependência há cerca de trinta anos, iniciou a fala dela no Congresso Brain 2024: Cérebro, Comportamento e Emoções, realizado no Rio de Janeiro entre os dias 26 e 29 de junho, em um painel que discutiu as “novas faces” do jogo patológico. A sala cheia de profissionais da saúde mental surpreendeu — o mesmo tanto que preocupou — ela e outro veterano do tema, o psiquiatra Hermano Tavares, coordenador do ambulatório de Jogo Patológico (AMJO) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (Ipq-HC-FMUSP).
As estrelas da discussão foram as apostas esportivas online, mais conhecidas por bets e o “jogo do tigrinho”, um termo guarda-chuva que se popularizou para aplicativos e sites de caça-níqueis virtuais (slot games) e nos quais o jogador tenta prever a combinação que a máquina apresentará, seja de tigres, ratos ou qualquer outro animal ou objeto.
“‘Betam’ já é uma forma muito informal de falar. É que nem dizer que ecstasy é bala. É uma forma de fazer o processo da aposta, do jogo de azar, virar uma coisa bastante leve, natural”, continuou Elizabeth.
A nova face dessa adicção, a aposta online, adiciona preocupação pela rapidez do estímulo e o fácil acesso. “Agora, você tem um caça-níquel ambulante”, disse Elizabeth, ao Estadão. “Bons tempos em que o problema estava só no computador — e a gente já estava aterrorizado.”
“A nova face do jogo patológico vem com uma roupagem de segurança, de licitude, mas, na verdade, estamos expondo esse indivíduo aos mesmos riscos ou novos riscos ainda maiores”, afirma o psiquiatra Antonio Carlos Cruz Freire, professor do departamento de Neurociências e Saúde Mental da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e coordenador do Programa de Residência Médica em Psiquiatria do Hospital Juliano Moreira, de Salvador.
Segundo os especialistas, as bets e o “jogo do tigrinho” já estão no consultório, com pacientes cada vez mais jovens. A avaliação deles é de que a incidência (novos casos) e a prevalência (soma dos casos novos e já existentes) do jogo patológico vão aumentar, embora seja difícil estimar em quanto.
Os estudos do jogo patológico, uma condição marcada pela inaptidão de gerir o tempo e o dinheiro gasto apesar de consequências negativas, e principalmente aqueles que tentam avaliar os impactos das apostas on-line em relação a outros tipos de jogatina, são recentes.
Para abordar o tema no consultório e também compreender os impactos para a saúde pública, eles recorrem também à literatura sobre dependência química. “Apostar ativa as mesmas estruturas cerebrais que estão implicadas na dependência de álcool e outras drogas”, alertou Tavares, em um dos painéis do congresso Brain.
O que a pesquisa da dependência química deixa de aprendizado é que o início mais rápido e robusto da ação da substância é importante para a ativação de circuitos de recompensa, e, consequentemente, maior o risco de adicção. Freire explicou que o crack fumado tem um início de ação de 3 a 5 segundos, um pico de efeito de 1 a 3 minutos e uma duração de ação por volta de 5 a 10 minutos. A cocaína inalada, por outro lado, tem um início de ação de 1 a 5 minutos, um pico de efeito de 15 a 20 minutos e uma duração de ação por volta de 1 hora.
É por isso que os profissionais de saúde estão tão preocupados com as bets e o “jogo do trigrinho”, porque eles estão na palma da mão. “Quanto mais rápido o reforço chega ao cérebro, maior poder adictivo uma atividade tem”, falou Elizabeth.
“Antigamente a gente tinha que ir a uma casa lotérica, marcar um X no papel pra dizer se o Vasco ia ganhar do Botafogo ou o Botafogo ia ganhar do Vasco. Esperar alguns dias, às vezes, até esqueceria, e ganhar era uma surpresa”, diz a especialista.
“Quanto mais rápido o jogo estimula a tentar novamente, quanto mais incerta a resposta, quanto mais atrativo do ponto de vista financeiro, parece haver um risco aumentado de ter um uso problemático”, falou Freire.
Há também que se pensar em que contexto social a aposta online se insere, com aumento da preocupação também sobre o uso abusivo de internet e mídias sociais. “As pessoas já estão dependentes da internet e do gaming (jogos eletrônicos). A gente não está ‘pegando’ uma sociedade limpa de problemas nesse sentido”, falou Elizabeth. “E o que temos ali (nas bets e no ‘jogo do tigrinho’)? Uma estimulação rápida de alta intensidade, 24 horas por dia”, completa.
Plataformas apostam em lives e mulheres atraentes
Disso ela fala com propriedade, e não só pelo relato dos pacientes. Para entender os riscos, a psicóloga se cadastrou em plataformas para compreender como operavam e os riscos. No ‘jogo do tigrinho’, o que chamou a atenção dela eram as constantes notificações e os convites para transmissões ao vivo (lives). Ela resolveu acompanhar uma delas.
Ao entrar, havia uma mulher, que ela não conhecia. “Uma gata.” Ela dizia: “hoje vocês vão enriquecer, fiquem comigo.” Nos comentários, uma horda de fãs que digitavam “fulana, me chama” ou “fulana, eu quero muito ganhar dinheiro”.
Na live, então, ela adiciona um desses que pediam para participar. “Você tinha que ver a ‘carinha’ dele. ‘Fulana, eu tô falando com você! Vou chamar a minha família (para te ver).’ É a coisa do ídolo.”
Se essa já não bastasse, a influenciadora diz, logo em seguida, conforme o relato da psicóloga: “só por você ter entrado aqui na live comigo, já te dou R$ 200 de bônus.”
“É a estratégia do bônus, da promoção”, explica Elizabeth. “A excitação fisiológica já vem até pelo fenômeno da idolatria e da chance”, continua.
Embora ao contrário dos slot games, como o “tigrinho”, as bets se baseiem em eventos reais (uma partida de futebol, por exemplo), para os especialistas, as diferenças de efeito são muito poucas, e eles reforçam: a aleatoriedade e o acaso também estão ali.
“Quando você está lá no estádio ou vendo o jogo da sua televisão, também está ali com os seus ídolos. Atletas com logotipo de site de aposta na camiseta. As pessoas acreditam que se o atleta está feliz em usar a marca, deve apoiar a marca”, avalia Elizabeth.
‘Bets’ trazem ilusão da expertise
Essa associação com os “ídolos” é um dos aspectos que, na opinião dos especialistas, traz uma sensação de segurança à aposta. Mas não o único.
Elizabeth alerta para o que chama de “ilusão da expertise”, que parece remover o acaso dessa equação. “Eu posso saber que fulano é um incrível jogador, mas eu não vou saber se ele dormiu bem, se vai ser escalado, se vai machucar o pé, se estava de mau humor no dia. Eu não posso prever quantos gols ele vai fazer. Mas a pessoa tem uma ilusão de que é capaz de ir estudando, conhecer todas essas variáveis que podem acontecer no jogo.”
É nesse aspecto que ela tem uma grande preocupação com “os meninos fãs de esporte”. O que de fato já está sendo vislumbrado, tanto nos consultórios quanto em pesquisas, é a redução de idade dos jogadores patológicos. Uma revisão de 54 estudos publicada no Journal of Gambling Studies apontou que problemas de jogo relacionados a apostas esportivas estão associados a ser mais jovem e homem.
É válido ressaltar que, segundo os especialistas, o risco de desenvolver a dependência em jogo está também associado a vulnerabilidades pré-existentes — por isso, a preocupação de Elizabeth com a dependência em internet —, como transtornos de humor e abuso de substâncias. Estudos apontam que de 70% a 80% dos jogadores patológicos apresentam uma ou mais comorbidades.
Durante o congresso Brain, Elizabeth apresentou um caso bastante emblemático que chegou ao consultório dela: um adolescente de 15 anos, com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Desde os 11 anos, ele era compulsivo por games online. “Tem questões sistêmicas relacionadas ao sumiço do pai biológico. Quando ele tinha 9 anos, esse pai se divorciou da mãe e fugiu para um outro País porque tinha um envolvimento com atividades ilícitas.”
Aos 14 anos, ele foi apresentado por um amigo aos sites de apostas esportivas. “Ele disse que (depois disso) não conseguia pensar mais em nada.” Junto ao colega, passava o dia estudando performances de jogadores e times. O pai desse amigo abriu uma conta para eles jogarem — menores não podem ter perfis.
“No início, ele mandava muito bem. Quando começou a perder, se desesperou e ficou cada vez mais obcecado para recuperar e voltar a ganhar.” Segundo os especialistas, muitos dos jogadores patológicos iniciam a trajetória nas apostas com vitórias expressivas.
“Ele não tinha coragem de contar aos pais no que havia se metido.” Foi então que um colega de escola falou a ele que conhecia uma pessoa que comprava jóias. “Roubou as da mãe. Quando perdeu mais, passou a fingir que tinha vontade de ficar com a avó. Pegou tudo do cofre dela também.”
“Ao iniciar o tratamento, diz estar muito arrependido, se envergonha, se culpa. Não sabe como fez tudo isso”, contou. “No momento, está sem jogar, resgatou seu grupo antigo de amigos, voltou a fazer esporte.”
Ao Estadão, ela destacou, no entanto, que o “rejuvenescimento” dos jogadores patológicos é puxado por adultos jovens, quando a pessoa já começa a ter acesso à renda e cartões de crédito. Ela destacou que a aposta estar dentro do círculo familiar — neste caso apresentada pelo pai de um amigo — é algo que pode ser problemático e estar associado ao desenvolvimento de um comportamento patológico.
Impacto na saúde pública
Nesse cenário, os especialistas vislumbram um avanço do transtorno do jogo. “Provavelmente vai ser ou já é a dependência mais prevalente depois de álcool e tabaco”, diz Elizabeth. “Em que pese que alguns dizem que não necessariamente vai aumentar a prevalência, uma coisa é bem documentada: vai aumentar a demanda por tratamento. Está na hora de se habilitar”, disse Tavares em painel do congresso.
Com base em estudos globais, os especialistas falam de uma prevalência para jogo problemático — de todos os tipos de jogatina — entre 1% a 3% da população geral adulta. Em uma metanálise publicada na revista científica Journal of Gambling Studies, os pesquisadores encontraram uma prevalência de 1,29% para jogo patológico, e 2,43% da população em risco de desenvolver a dependência.
Do ponto de vista de saúde pública, esse percentual já representa um grande número de pessoas. De acordo com relatório do Citizens Advice, uma organização sem fins lucrativos do Reino Unido especializada em aconselhamento para pessoas legais e dívidas, o jogo patológico está associado a danos variados e de longo-prazo, como perdas financeiras, problemas de moradia, rupturas de relacionamento e diminuição do bem-estar mental. Os prejuízos não ficam restritos ao jogador patológico, a ONG estima que, para cada dependente, entre seis e dez pessoas adicionais, entre familiares, amigos e a sociedade em geral, são afetadas.
O Estadão levou essas previsões e preocupações para representantes das casas de aposta e loterias do Brasil. A reportagem também entrou em contato com o Ministério da Fazenda, responsável pela regulamentação, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
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Regulamentação ajuda a a limitar acesso, diz instituto
“A demora na regulamentação do mercado de apostas resultou em um crescimento indiscriminado da presença de casas de apostas no Brasil, levando ao fácil acesso às mais diversas modalidades de apostas, mas, ao mesmo tempo, dificultando a criação de políticas de jogo responsável e suporte aos jogadores”, afirmou André Gelfi, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), em entrevista por e-mail. Na visão dele, a regulamentação ajudará a limitar o acesso de jogadores de risco, assim como de crianças e adolescentes.
Sobre a possibilidade de o transtorno do jogo superar a dependência em drogas ilícitas, a Associação Nacional de Jogos e Loterias disse que: “esse tipo de previsão se demonstra descolado da realidade do que já se verifica em outros países onde os jogos já são regulamentados há anos.”
“A média internacional da ludopatia é de 1% a 2% de todo o universo de apostadores. Segundo pesquisas mais recentes, no Brasil cerca de 4% da população adulta é propensa à dependência de álcool, sendo que em alguns grupos o percentual ultrapassa os 30%.” Os dados são de um relatório da Organização Mundial da Saúde de 2023.
De acordo com o 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, da Fiocruz, feito em 2015 e publicado em 2019, 1,5% dos indivíduos da população da pesquisa e 3,5% dos indivíduos que consumiram álcool no último ano apresentaram dependência. Para alguma droga, exceto álcool e tabaco, a prevalência da adicção era de 0,8% – variou de 0,29% para maconha até 0,09% para o crack.
No cérebro
Os especialistas destacam que o Sistema Único de Saúde (SUS) não está pronto para enfrentar esse desafio. “Não conseguimos lidar de uma forma robusta com problemas relacionados ao álcool, à cocaína, ao crack”, fala Freire. Mesmo do ponto de vista individual, há poucos especialistas em dependência comportamental no Brasil, de acordo com Elizabeth.
Ao Estadão, o Ministério da Saúde informou que a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) oferece atendimento para pessoas com problemas de saúde mental, incluindo os relacionados ao jogo patológico. “Por intermédio do Ministério da Fazenda, participamos da articulação para a constituição de um Grupo de Trabalho Interministerial que terá como objetivo tratar do jogo patológico.”
A preocupação dos especialistas leva em conta o entendimento do desafio de tratar essa dependência. Biologicamente, o jogo patológico é muito complexo, e ativa as mesmas áreas do cérebro que substâncias ilícitas altamente aditivas.
“Jogar é mágico, porque causa uma tremenda excitação, ao mesmo tempo em que me alieno de todos os problemas. Não importa mais se eu vou ter dinheiro pra pagar a escola do meu filho, se vão aceitar o artigo que submeti, se estou atrasado. Isso causa um impacto muito forte no estado subjetivo do indivíduo quando ele aposta, e tem um efeito parecido com tomar uma dose ou fumar um cigarro quando estou estressado ou ansioso”, fala Tavares
Por isso, precisamos falar sobre o circuito de recompensa do cérebro, que, quando funciona normalmente, é muito importante, é o que nos dá “vontade de viver”. “Ele nos gratifica por prazeres habituais”, resume Freire. Isso é feito por meio da liberação de um neurotransmissor bem conhecido pelo cérebro, a dopamina. Ele pode ser ativado por várias coisas, como comer um chocolate, ouvir uma música ou jogar.
Enquanto funciona normalmente, ele nos gratifica pela experiência prazerosa, mas sem prejudicar nossas capacidades de avaliar riscos e julgar se nosso comportamento é adequado ou não. Quando entra em desequilíbrio, porém, nosso controle inibitório é prejudicado.
“A grande questão é que esse desequilíbrio não se restringe ao prazer, até porque se fosse só uma resposta de prazer, tecnicamente seria mais fácil de tratar”, destacou Freire. Segundo ele, há alterações de áreas cerebrais mais nobres, como as relacionadas à capacidade de julgamento — é o que ele chama de hipoatividade do sistema reflexivo.
“Essas conexões são muito complexas, Ativam inclusive áreas cerebrais relacionadas ao planejamento motor, ou seja, planejamento de movimento. Então o indivíduo, quando se dá conta, está jogando. É um ato motor quase que automático”, explicou.
Em geral, o tratamento começa após a família e amigos próximos repararem os sinais de um comportamento patológico. Muito dificilmente o paciente percebe o momento no qual esses circuitos se tornam disfuncionais. Eles podem ser:
- A pessoa tem uma necessidade de apostar quantias cada vez maiores para conseguir o mesmo prazer;
- Quando tenta interromper ou parar, isso traz para a pessoa a sensação de irritabilidade ou de inquietação;
- A jogatina se torna uma grande ou uma das principais preocupações da pessoa. “Ela pensa muito sobre o jogo, fica planejando, achando que da próxima vez vai conseguir um resultado diferente”, exemplificou Freire;
- Quando não está bem ou angustiada, começa a pensar que jogar poderia trazer prazer;
- Quando perde, começa a pensar que a solução é tentar uma nova aposta para recuperar o dinheiro;
- A pessoa começa a mentir para esconder o comportamento relacionado ao jogo da família e amigos;
- A pessoa começa a perder ou ter problemas nos relacionamentos;
- A pessoa começa a se envolver numa série de problemas para tentar saldar as dívidas. “Entra numa ciranda de empréstimos e dívidas, para tentar conseguir ter o dinheiro e manter o jogo”, falou Freire.
O que fazer?
Proibir, na visão dos profissionais da saúde, não é possível neste momento, e talvez não seja o caminho. Para eles, três medidas são essenciais:
- Marketing: os especialistas defendem desde a inclusão de um contraponto, que destaque os riscos, até o cerceamento da publicidade dos jogos;
- Psicoeducação: conforme as apostas se naturalizam com a liberação e regulação, estarão dentro da casa das pessoas, os especialistas defendem que é preciso educar a população no sentido que entendam dos riscos associados;
- Rastrear jogadores patológicos: “Tudo o que você faz na internet é rastreado. Portanto, dá para regular perfeitamente o que as pessoas estão fazendo. Precisa de vontade política. Precisa fazer com que as pessoas, quando forem fazer a aposta, cadastrem o CPF. Se ela está apostando mais do que aquilo que ela declara como renda, das duas, uma: ou é fraude ou é doença”, falou Tavares.
A questão do marketing é algo que deixa os especialistas bastante incomodados, afinal, estão intimamente ligadas às crenças atribuídas ao jogo. Eles relatam sentir uma sensação de dejá-vu com o tabaco.
“Abrimos o primeiro programa de tabagismo no Brasil, na Santa Casa (do Rio), em 1996. Sinto como se estivéssemos recomeçando”, falou Elizabeth. “Vemos nesse momento uma estratégia (de marketing) muito parecida (com o tabaco), onde o jogo parece ser algo inocente. Isso é preocupante porque já assistimos esse filme antes”, disse Freire.
As associações das casas de aposta destacaram ter participado da criação de regras sobre a publicidade junto ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que resultou na criação do Anexo “X” do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. “Temos afirmado recorrentemente, em entrevistas à imprensa, sobre os riscos do desenvolvimento da ludopatia. Além de prejudicar a si mesmo, esse tipo de apostador prejudica a reputação das bets e de todo o mercado”, disse a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL).
“Defendemos o jogo responsável assim como o marketing responsável, os dois andam juntos. Os jogos fazem parte do entretenimento do brasileiro e devem continuar assim até o momento que tem impactos negativos na vida do jogador. O papel das empresas é mostrar que é somente isso: entretenimento. Porém, é importante mostrar que, se é excessivo, como tudo, pode ter consequências”, afirmou Gelfi, do IBJR.
Elas apontam que a regulamentação do setor vai permitir que as empresas adotem mecanismos para ajudar no combate à dependência de forma coordenada, assim como no mercado internacional, onde segundo eles, são adotados chatbots e usa-se inteligência artificial para identificar jogadores com comportamento patológico.
*O repórter viajou a convite do Congresso Brain 2024: Cérebro, Comportamento e Emoções
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