Papa Francisco janta pizza com os médicos e pode ter alta neste sábado, diz Vaticano

Pontífice permanece recebendo tratamento antibiótico para bronquite infecciosa no Hospital Agostino Gemelli, em Roma, e tem ‘melhora acentuada’, segundo porta-voz

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Por Redação

CIDADE DO VATICANO - O papa Francisco, de 86 anos, poderá deixar o Hospital Agostino Gemelli, em Roma, neste sábado, 1º. O pontífice argentino passou uma segunda noite tranquila no hospital, onde foi internado na quarta-feira, 29, com quadro de infecção respiratória, e está recebendo tratamento antibiótico para bronquite infecciosa, segundo o Vaticano.

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Na noite de quinta-feira, Matteo Bruni, diretor da sala de imprensa da Santa Sé, disse que o papa Francisco deve retornar à sua residência neste sábado. Bruni afirmou ainda que a administração de antibióticos “resultaram em uma melhora acentuada em seu estado de saúde”.

Segundo o comunicado do Vaticano, a quinta-feira transcorreu bem, com curso clínico normal. À noite, o papa Francisco jantou, comendo pizza, junto com as pessoas que o assistem nestes dias de internação: “Com o Santo Padre estavam médicos, enfermeiros, auxiliares e funcionários da Gendarmaria.”

A alta médica permitiria ao pontífice participar das celebrações da Páscoa, anunciou nesta sexta-feira, 31, o decano dos cardeais.

O tratamento antibiótico “produziu os efeitos esperados” e o papa poderá ser liberado “nos próximos dias”, afirmou o relatório médico na noite de quinta.

O cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, em declarações a uma agência de imprensa italiana, também confirmou que o papa receberá alta neste sábado para poder presidir os ritos da Semana Santa.

“Com base nas informações que tenho, o papa deixará o Gemelli neste sábado e presidirá todos os ritos da Semana Santa”, disse ele.

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O papa Francisco, de 86 anos, foi internado na tarde desta quarta-feira, 29, no Hospital Hospital Agostino Gemelli, em Roma.  Foto: Fabio Frustaci/EFE/EPA

O pontífice, que sofre de problemas crônicos de saúde e usa cadeira de rodas devido a dores no joelho, está internado no apartamento privado reservado aos papas no 10º andar do Hospital Agostino Gemelli.

Ele foi submetido a exames médicos na quarta-feira, depois de ter apresentado dificuldade respiratória nos dias anteriores. Os testes revelaram uma infecção respiratória que forçou sua internação, indicou um porta-voz da Santa Sé. O diagnóstico de covid-19 foi descartado no mesmo dia.

No Twitter, o pontífice disse na quinta-feira que estava “comovido com as muitas mensagens recebidas” e expressou “sua gratidão pela proximidade e oração”.

Entre as mensagens das últimas horas está a do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que é católico, e a de sua mulher, Jill.

“Jil e eu temos em mente o papa Francisco em nossas orações, e enviamos a ele nossos melhores votos de uma rápida e completa recuperação”, escreveu Biden no Twitter.

“Espero que ele se recupere muito rapidamente e que possa celebrar a Páscoa aqui, de São Pedro”, disse Tina Montalbano, uma guia turística italiana de 60 anos, à AFP. “O medo está sempre presente, mas parece que tudo está indo bem no momento.”

A internação de Francisco surpreendeu a opinião pública porque na quarta-feira ele participou com total normalidade da tradicional audiência geral na Praça de São Pedro, durante a qual apareceu sorrindo, cumprimentando os fiéis de seu papamóvel.

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Anteriormente, o pontífice argentino foi internado no Hospital Gemelli em julho de 2021 para uma operação no cólon. Francisco reconheceu que esta intervenção deixou sequelas devido à anestesia, razão pela qual desistiu da cirurgia no joelho.

A dor nessa articulação, que o obrigou a cancelar várias audiências em 2022 e a adiar uma viagem à África, alimenta as especulações sobre uma eventual renúncia.

O líder da Igreja Católica sempre deixou em aberto a possibilidade de imitar seu antecessor, Bento XVI, que renunciou em 2013. Mas suas mensagens sobre esta opção são confusas.

Em julho de 2022, ele disse que poderia se afastar, mas em fevereiro deste ano afirmou que a renúncia de um papa “não deveria se tornar uma moda passageira” e que a ideia “não estava em sua agenda no momento”.

O pontífice é constantemente atendido por uma equipe de médicos e enfermeiras, seja no Vaticano ou durante suas viagens ao exterior. Uma medida mais do que necessária devido à sua idade e histórico médico, já que aos 21 anos quase morreu de pleurisia e sofreu uma ablação parcial de um dos pulmões. /AFP

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