Como escolher um personal trainer? Instrutores e donos de academias contam o que observar

Acompanhamento individualizado requer metas e expectativas bem definidas para que o treino e o relacionamento funcionem

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Por Talya Minsberg (The New York Times)

Alguns anos atrás, um dos instrutores da minha academia me abordou durante meu treino com uma oferta atraente: “Será que eu gostaria de uma sessão gratuita de personal training?”. “Por que não?”, pensei. Como maratonista, estou sempre em busca de conselhos sobre como melhorar meu treino de força.

É preciso ter em mente as metas pessoais e o tipo de suporte desejado ao considerar o apoio de um personal trainer Foto: DAVE COOPER

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Conversamos sobre minhas metas por um minuto antes de ele me pedir para subir na balança. Aí eu parei um pouco. Por que eu precisava me pesar? Ele pareceu surpreso: eu não queria perder peso? Logo ficou claro que essa não era a opção certa.

Nas academias de grande porte, é comum que os personal trainers abordem as pessoas enquanto elas se exercitam para encontrar novos clientes, e algumas academias oferecem sessões de treinamento gratuitas para novos membros. Mas muitos especialistas em condicionamento físico dizem que é melhor considerar suas metas de condicionamento físico e o tipo de orientação que você realmente deseja antes de marcar um horário. Os instrutores podem ser caros e, se você for contratar um profissional, certifique-se de que ele seja compatível com suas metas e estilo motivacional, em vez de deixar que ele venha até você.

Confira a seguir o que procurar, de acordo com personal trainers, instrutores e proprietários de academias.

Identifique suas metas

Você vai obter o máximo do personal trainer se traçar metas tangíveis com antecedência. Por exemplo: você está procurando instruções sobre como levantar pesos da maneira correta? Está procurando orientação antes de sua primeira corrida? Ou está voltando de uma lesão e precisa de conselhos específicos sobre como se exercitar com segurança?

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Depois de definir suas metas, procure um personal cujos conhecimentos estejam alinhados com suas necessidades. Rene Wiley, instrutor da Nike, recomenda que você discuta suas metas com um possível instrutor e pergunte sobre sua experiência. Se ele não tiver o histórico certo para ajudá-lo a progredir, ele poderá encaminhar seu caso a alguém que tenha.

Cole Reagan, personal trainer no Brooklyn, sempre pergunta a clientes em potencial sobre suas metas e as intenções por trás delas. Ambas as respostas ajudam a entender a trajetória e a mentalidade do cliente e permitem que ele conclua se pode ajudar ou não.

Aprenda a entender as certificações

Avaliar as credenciais de um instrutor pode ser confuso: há dezenas de certificações diferentes, e algumas são mais rigorosas do que outras (a maioria dos programas ensina um pouco de ciência do exercício, anatomia básica e como treinar pessoas de forma eficaz e elaborar cronogramas de treinamento). Muitos instrutores também possuem vários certificados.

(Além dos cursos de especialização, é necessário observar a formação do profissional. No Brasil, para atuar como personal trainer, é preciso ser bacharel em Educação Física e registrado no Conselho Regional de Educação Física da área de atuação.)

Além disso, embora seja fácil encontrar um treinador ou instrutor nas redes sociais, vários especialistas enfatizaram o valor das indicações e das recomendações boca a boca.

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Preste atenção aos sinais de alerta

As credenciais de um personal são só uma parte da questão: ele também deve ser capaz de se adaptar às necessidades e personalidades de diferentes clientes.

Quando estiver conhecendo possíveis instrutores, procure “alguém que pareça ter empatia”, diz Rae Reichlin, fundadora da Ladies Who Lift, em Chicago. “Parece óbvio, mas o personal precisa ter empatia com seu passado no que diz respeito ao condicionamento físico”.

A pessoa com quem escolher trabalhar deve “incentivar e apoiar você de uma maneira que pareça de fato motivadora”, acrescenta.

Mas tenha cuidado com os instrutores que oferecem promessas irrealistas ou soluções mágicas, afirma Reagan. Alguns treinadores prometem progressão rápida ou dizem que você queimará determinada quantidade de calorias durante cada sessão e “não é assim que o corpo funciona”, diz ele.

Wiley afirma que seu personal deve observar como você reage a diferentes exercícios e estar disposto a ouvir. Há uma grande – mas às vezes sutil – diferença entre dor e desconforto, diz. Um bom instrutor deve ajudá-lo a entender a diferença, para que você possa progredir.

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Prepare-se para a consistência

Contratar um personal é uma coisa, continuar com ele é outra, diz Reagan.

Consistência é a coisa mais importante na hora de começar uma rotina de exercícios físicos, então, seja realista quanto ao que é conveniente para você.

“Sua escolha precisa ser viável”, enfatiza Reagan. Ir a uma nova academia pode ser empolgante no início, mas a base do seu instrutor “tem que ser perto da sua casa ou perto do seu trajeto de ida e volta, ou vai ser difícil manter o ritmo a longo prazo”.

Tanto você quanto seu personal devem se dedicar à sua consistência, aconselha Robyn LaLonde, treinador e proprietário do Edge Athlete Lounge, em Chicago — e sua agenda deve refletir isso. Se for difícil marcar uma conversa inicial com as agendas de vocês, isso pode ser sinal de que o instrutor está realmente muito ocupado para você.

Da mesma forma, o personal precisa caber no seu orçamento. Se você só conseguir pagar algumas sessões com um instrutor, certifique-se de que vocês estão de acordo sobre o que esperam alcançar. Aprender algumas habilidades básicas provavelmente será mais útil do que seguir exercícios complicados que você não conseguirá fazer por conta própria.

Teste sua compatibilidade

A compatibilidade com seu instrutor é fundamental, sintetiza Wiley. Se você tiver a indicação de um amigo, alguns instrutores poderão permitir que participe de uma sessão individual para fazer um teste.

Você também deve perguntar ao personal sobre seu estilo de motivação e discutir o que funciona melhor para você. Reagan sempre pergunta às pessoas o quanto ele deve pressioná-las – durante e entre as sessões.

“Quanta pressão você quer de mim?”, ele pergunta. E para quem quer muita ele responde: “Eu vou ligar para você”./ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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