Como se tornar um doador de órgãos?

Segundo o Ministério da Saúde, basta a autorização da família do morto; não há burocracia envolvida

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Foto do author Roberta Jansen
Atualização:

Diferentemente do que se possa imaginar, é muito fácil se tornar um doador de órgãos. Não há praticamente nenhuma burocracia envolvida. Não é necessário deixar o desejo registrado em cartório nem em documento algum. Basta que a família da pessoa morta autorize a retirada dos órgãos.

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Por isso, a principal recomendação do Ministério da Saúde para quem quer se tornar um doador é conversar com os parentes mais próximos, deixando explícito seu desejo de doar.

Os órgãos doados são encaminhados para pacientes que precisam de um transplante e estão aguardando em uma lista de espera. A lista é única, organizada por Estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Após o diagnóstico de morte encefálica, a família é consultada pela equipe médica e orientada sobre o processo de doação de órgãos e tecidos. No Brasil, a retirada de órgãos só pode ser realizada após a aprovação da família. Mesmo que a pessoa tenha dito em vida que gostaria de ser uma doadora, a doação só acontece mediante a autorização de parentes.

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Como destaca o site do Ministério da Saúde, a morte de um ente querido é sempre um momento difícil para toda a família. Por isso, a orientação para quem quer ser doador e quer garantir que sua vontade seja respeitada é conversar seriamente com os parentes sobre esse desejo.

“Na maioria das vezes, os familiares atendem esse desejo”, informa o ministério. “Por isso, a informação e o diálogo são absolutamente fundamentais, essenciais e necessários.”

Doação de órgãos depende da autorização da família da pessoa que morreu.  Foto: Freepik

Depois que a família do morto dá aos médicos a autorização para a doação de órgãos, a equipe de saúde realiza uma outra entrevista, para descobrir o histórico clínico do possível doador.

O objetivo é investigar se eventuais hábitos do doador podem ter levado ao desenvolvimento de doenças ou infecções que representem algum perigo ao receptor.

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Doenças crônicas como diabetes, infecções ou mesmo uso de drogas injetáveis podem comprometer o órgão a ser doado, inviabilizando o transplante. Por isso, a entrevista é essencial para que a equipe possa avaliar os riscos e garantir a segurança dos receptores e dos profissionais de saúde.

No caso do transplante de coração, como o do apresentador Fausto Silva, o Ministério da Saúde explica que todos os brasileiros têm o mesmo direito, independentemente de serem pacientes do sistema público de saúde ou particular. Em média, a maioria das pessoas consegue um coração em até três meses de espera. Somente neste ano, já foram realizados 261 transplantes de coração.

A ordem cronológica (quem chegou primeiro) não é o único critério de desempate da lista. Outros critérios até mais importantes são a gravidade da situação do paciente (se há risco de morte iminente), a compatibilidade entre doador e receptor (tipo sanguíneo, peso e altura) e também a localização (doador e receptor precisam estar no máximo a quatro horas de distância).

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