Como usar o smartphone de forma saudável e equilibrada? Veja dicas de ‘detox digital’

O telefone celular facilita várias situações do cotidiano, mas seu uso em excesso pode trazer prejuízos à saúde; saiba as recomendações de especialista

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Por Guilherme Santiago

Os smartphones ganham cada vez mais importância entre as atividades cotidianas. Graças ao aparelho, é possível falar com aquele amigo distante, pedir comida sem sair de casa e armazenar milhares de fotos e vídeos em um único dispositivo. Não dá para negar suas facilidades. O problema acontece quando seu uso é em excesso. Nesses casos, pode trazer graves consequências à saúde mental, como quadros de ansiedade e depressão.

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Segundo Felipe Botelho, psicólogo do Grupo de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP, essa sobrecarga física e mental causada pelo uso desequilibrado do smartphone pode impactar a vida offline. “As pessoas passam a sentir uma necessidade frequente de checar o celular e ver as redes sociais”, explica.

Ele afirma que isso acontece porque essa é a forma que essas pessoas encontram para ficar “bem informadas”. “Quando elas ficam fora da internet, mesmo que por poucos minutos, aparece o medo de ter perdido algo. Isso as deixa sempre imersas, de uma forma difícil de sair”, alerta. Porém, existem maneiras de estabelecer uma relação saudável com o smartphone. Veja algumas recomendações.

Reconheça seus comportamentos

“Reconhecer é o primeiro passo”, explica Botelho. Ele garante que é importante observar a forma como nos relacionamos com os smartphones e tentar identificar se essa relação acontece em desequilíbrio. Entre os caminhos para isso, é importante verificar a quantidade de horas dedicadas às redes sociais, se existe alguma dificuldade em deixar o celular longe e em quais momentos o uso do celular é mais intenso.

De qualquer forma, o psicólogo indica que todas as pessoas que usam o aparelho em algum grau podem fazer essa avaliação de comportamento. “Reconhecer é importante não apenas para quem faz uso excessivo, mas para quem busca um uso mais saudável também”, diz.

Limite seu uso

Se identificar excesso, tente definir momentos para usar e não usar o aparelho. Felipe Botelho pondera que esse limite deve acontecer nos momentos livres, visto que as atividades de trabalho e estudo de muitas pessoas dependem dos smartphones. “Às vezes é complicado definir um período para ficar longe do celular durante o horário de trabalho, mas nos momentos livres é um caminho que pode funcionar”, afirma.

Desapegue do aparelho

A recomendação do especialista é começar deixando o celular em outro cômodo e ver como você reage por estar distante do aparelho. Entender que o celular não precisa estar sempre perto de você é fundamental para um uso mais saudável.

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Muitas vezes recorremos ao smartphone quando estamos entediados. Porém, encontrar outras atividades para esses momentos pode ajudar.  Foto: Sascha Steinbach/EFE

Busque outras alternativas

Muitas vezes recorremos ao smartphone quando estamos entediados. Porém, encontrar outras atividades para esses momentos pode ajudar. “É importante que a pessoa avalie o que ela gosta de fazer sem o celular”, sugere. A prática de meditação ou de atividades físicas – em especial aquelas que exigem foco total, como a natação e o tênis – são algumas substituições aos momentos de tédio. “Essas atividades exigem que essa pessoa fique fora da tecnologia.”

Desative as notificações

“As notificações são um gerador de ansiedade”, avalia. De acordo com ele, desativar as notificações é uma forma de reduzir os estímulos ao uso do smartphone a todo momento.

Além disso, a técnica também pode ajudar a controlar o hábito de olhar o celular mesmo sem receber nenhuma notificação.

Entenda que nem tudo é urgente

O celular, por ser de fácil acesso, passa a ideia de que tudo é urgente, mas Botelho faz um alerta. “Nem tudo a gente precisa saber em tempo real”, diz. Por isso, é fundamental reconhecer que nem toda mensagem precisa ser respondida de forma instantânea, ainda que o celular desperte essa vontade.

Tente usar outros dispositivos

Usar o computador, por exemplo, em vez do celular pode ser uma prática bastante saudável. Ou então, optar por assistir a um filme pela televisão. Felipe Botelho explica que essas são mídias consideradas passivas, porque não exigem interações diretas, como o smartphone. O benefício dessa substituição é que, além de ficar mais fácil delimitar o tempo e os momentos de uso, ela reduz a quantidade de interações com a tecnologia.

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