O Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer um tratamento para câncer de pele desenvolvido pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP). A terapia é considerada única no mundo, com duplo sistema na mesma plataforma: permite o diagnóstico e o tratamento, sendo capaz de avaliar e tratar a doença no mesmo dia, evitando mutilações e procedimentos dolorosos.
A tecnologia faz parte do projeto Terapia Fotodinâmica Brasil, iniciado em 2012 na USP. A iniciativa envolveu instituições de pesquisas, empresas e hospitais, para tornar a técnica aplicável em larga escala. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou o desenvolvimento da técnica e do equipamento. Essa foi a primeira demanda de uma universidade para incorporação de uma tecnologia no SUS.
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou ao SUS a incorporação da técnica, após avalia-la e concluir que há bom resultado da terapia fotodinâmica para pacientes com câncer de pele não melanoma do tipo carcinoma basocelular superficial e nodular, e que ela se mostra como alternativa segura e eficaz para os casos em que a intervenção cirúrgica não é recomendada.
O carcinoma basocelular é o mais frequente entre todos os tipos de câncer malignos diagnosticados, e a primeira linha de tratamento é a cirurgia para a retirada das lesões. A Conitec observou que, nos casos de pacientes que não podem passar pela cirurgia ou que foram diagnosticados com tumores de baixo risco, há vantagens do procedimento em relação à cirurgia, pelo fato de se tratar de procedimento ambulatorial e não demandar grande infraestrutura.
Além disso, para a recomendação à incorporação no SUS, foi levado em conta que já existem profissionais capacitados e estrutura instalada com o equipamento, em dezenas de serviços públicos de saúde.
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