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Consumo de alho pode ajudar a controlar glicemia e colesterol, sugere estudo

Além de ser um protetor da saúde cardiovascular, o alimento pode favorecer o equilíbrio das taxas de açúcar no sangue; veja a melhor forma de consumo

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Por Regina Célia Pereira (Agência Einstein)

O alho é um dos ingredientes mais versáteis da cozinha e coleciona evidências de seu papel na proteção cardiovascular, sobretudo como agente aliado contra a hipertensão. Agora, uma revisão de estudos publicada no periódico Nutrients aponta os efeitos benéficos nas taxas de glicose e de colesterol.

Segundo revisão de estudos, consumo de alho pode ajudar no controle do colesterol e também da glicose no sangue, atuando na proteção contra problemas cardíacos e diabetes Foto: trotzolga/Adobe Stock

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Pesquisadores chineses se debruçaram em mais de 2 mil trabalhos e concluíram que substâncias presentes no vegetal atuam no equilíbrio da produção de insulina — hormônio que permite a entrada da glicose (açúcar) dentro das células —, promovendo o controle glicêmico no sangue. Essa ação contribui para a diminuição do risco de desenvolver diabetes tipo 2.

O trabalho ainda aponta a redução dos níveis de LDL, considerado o colesterol ruim, e um discreto aumento do HDL, conhecido como o bom colesterol. Tais efeitos têm ação protetora nos vasos sanguíneos, reduzindo o risco de complicações cardiovasculares como a aterosclerose, que é o acúmulo de gordura nas artérias.

Por trás dos achados, estão os compostos organossulfurados, com destaque para ajoeno, alicina e aliina. Mas ainda é preciso investigar mais a fundo essas ações do alho no organismo. “Embora o estudo levante hipóteses interessantes, mais pesquisas são necessárias para entender melhor os mecanismos e a quantidade ideal para alcançar os benefícios”, pondera a nutricionista Giuliana Modenezi, do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Poderes do alho

A fama do alho por seus benefícios à saúde é antiga. Há comprovação, inclusive, de seu papel antimicrobiano. “Além dos benefícios apontados no estudo, o alho oferece fibras diferenciadas, de atuação prebiótica, que colaboram para a microbiota intestinal”, comenta Giuliana. Ela explica que manter esse ecossistema do nosso intestino em equilíbrio fortalece a imunidade e até colabora para o humor.

Nativo da Ásia, o alho faz parte de uma família que inclui ainda a cebola, a cebolinha e o alho-poró. Sua estrutura é feita da “cabeça”, com 12 ou mais bulbos; e os dentes, que concentram os festejados compostos organossulfurados, responsáveis por grande parte das propriedades à saúde e ainda pelo cheiro peculiar do vegetal.

Na natureza, tais substâncias servem como estratégia para repelir insetos e outros inimigos. Elas ficam guardadas no vegetal, mas quando ele é picado, mordido ou amassado, suas células se rompem e uma cadeia de reações começa. Enzimas e outros compostos, que antes estavam separados, se encontram, reagem e, assim, surgem as famosas moléculas responsáveis pelo sabor picante e aroma forte, aquele do bafo.

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Melhor forma para consumo

Giuliana lembra, porém, que não adianta apostar no alho se sua alimentação for recheada de opções pouco saudáveis, sem espaço adequado para hortaliças, frutas e grãos integrais, por exemplo. Pesquisas sugerem que, para se valer de todos os atributos desse alimento, o ideal é consumi-lo cru ou, no máximo, acrescentá-lo ao final das preparações.

Mas nem sempre ele agrada a todos os paladares nessas versões. “Dá para usar das mais diferentes maneiras”, comenta a nutricionista do Einstein. Desde o refogado que serve de base para tantas preparações, caso do arroz com feijão, até para finalizar molhos de massas. “Quando é assado, o gosto tende a suavizar”, ensina Giuliana. Tem também o alho frito, que incrementa receitas com sua crocância.

Aliás, vale salientar que é sempre recomendável priorizar o alimento em si. Cápsulas de alho devem ser consumidas somente com orientação. “Existem situações em que [as cápsulas] oferecem risco, caso de mulheres que estão amamentando e de quem faz uso de medicamentos anticoagulantes e anti-hipertensivos”, avisa a nutricionista. “Inclusive, é importantíssimo pontuar que o alho não substitui medicações, ninguém deve trocar o remédio por ele.”

Na cozinha, a sugestão é usar sempre o vegetal fresco e evitar aqueles produtos prontos, já que a tendência é que ocorra oxidação e o alimento perca qualidade. Mesmo assim, excessos são contraindicados, sobretudo para quem é mais sensível.

O recado é usar a criatividade, sem exceder na dose, afinal seu gosto e cheiro roubam a cena. E depois de saboreá-lo, a recomendação é caprichar na higiene bucal.

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