Depois de ter enfrentado isolamento, dores e perdas, é legítimo o otimismo sentido por grande parte da população com o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, em português mais claro, o fim da pandemia no mundo, decretado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em abril. O que não pode ser confundido com o término dos cuidados, menos ainda estimular uma redução na cobertura vacinal no mundo, defendem especialistas.
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“A recomendação segue: manter o calendário vacinal com reforços, principalmente para adultos acima de 65 anos, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis ou com problemas no sistema imunológico”, diz Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
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A decisão representa apenas que a covid deixa de receber uma resposta emergencial e passa a ser parte da ação continuada. “A colaboração e os esforços de financiamento vão continuar, agora mais diversificados, buscando fortalecer não só a resposta à covid-19, mas a preparação para qualquer emergência.”
Novo cenário global
Para Natalia Pasternak, especialista em genética molecular e presidente do Instituto Questão de Ciência, a configuração trazida pelo fim da emergência sanitária aponta para um novo cenário de colaboração na área da saúde, no qual cada país é responsável por lidar com a covid dentro de suas normas e regulamentações, sem precisar fazer parte de um acordo internacional que inclui diversas obrigações com a OMS.
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Segundo Jarbas Barbosa, sair dessa fase mais aguda de crise em relação à covid-19 dá uma obrigação de implementar as lições aprendidas durante a pandemia. “Já debatemos na Assembleia Mundial da Saúde mudanças no regulamento sanitário internacional e a criação de um novo instrumento de resposta a pandemias, que serão aprovados em 2024. Isso faz parte deste momento em que estamos: continuar respondendo à pandemia, manter a vigilância e a vacinação e garantir que se implementem também as lições que aprendemos.”
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