Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou o fim da emergência de saúde pública (PHEIC, na sigla em inglês) da pandemia do coronavírus decretado nesta sexta-feira, 5, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele também criticou a gestão anterior, de Jair Messias Bolsonaro (PL), e lamentou as “vidas perdidas pela negação da ciência”.
O Brasil foi um dos mais afetados pela doença, que chegou ao País em fevereiro de 2020. Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados mais de 37,4 milhões de infecções e 701,4 mil mortes no País até 26 de abril. A crise da covid-19 no Brasil foi marcada por disputas políticas travadas pelo ex-presidente, que além da omissão e do negacionismo, pôs em xeque a segurança das vacinas e propagandeou o uso de medicamentos sem comprovação científica.
“Infelizmente, o Brasil passou da marca de 700 mil mortos pelo vírus. E acredito que ao menos metade das vidas poderiam ter sido salvas se não tivéssemos um governo negacionista”, escreveu Lula, no Twitter. “Vidas perdidas pela negação da ciência. Por um governo que não comprou vacinas logo quando foram ofertadas ao país e incentivou o uso de remédios sem comprovação científica.”
O petista também destacou que, apesar do fim do estado de emergência, a “pandemia ainda não acabou”, e fez um apelo para que a população continue a buscar a vacinação. “Tomem as doses de reforço e não deixem de ter o esquema vacinal sempre completo.”
Ministério da Saúde destaca que vacinar segue ‘fundamental’
Em comunicado, o Ministério da Saúde frisa que mesmo com o fim da emergência, a vacinação contra a doença é “fundamental contra casos graves e mortes”. A ministra Nísia Trindade afirmou que o anúncio da OMS comprova que “a vacinação salva vidas”.
O comunicado da pasta cita o último boletim InfoGripe, da Fiocruz, que mostra crescimento de casos de covid em 17 Estados. “O fim da declaração de emergência não significa o fim da circulação da covid. Por isso, a vacinação segue como ação fundamental. Precisamos da mobilização de todos para ampliar a cobertura vacinal e combater a desinformação que questiona a segurança e a eficácia dos imunizantes”, defendeu, em nota.
A ministra também se solidarizou pelos mais de 700 mil brasileiros vítimas da covid. “Jamais nos esqueceremos das vidas perdidas. Essa memória tem que nos alimentar na reparação da dor, porque precisamos fazer isso, mas, ao mesmo tempo, da união pelo futuro, para que novas tragédias como essa não se repitam.”
Cumprindo agenda em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, questionada sobre o que muda após a declaração da OMS, a ministra disse que “muda apenas a ideia de que estamos em um novo patamar”. “Isso muda. Mas o Brasil e vários países já vinham com recomendações para situações de aglomeração, mas sem mais as mesmas restrições do início da pandemia.”
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