Cerca de quatro de cada dez testes de covid-19 feitos na última semana deram positivo, conforme mostram dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Foram mais de 54 mil exames, tanto do tipo PCR quanto de antígeno, feitos entre 5 e 11 de novembro. Positividade e número de confirmações ainda estão distantes do que foi visto no início do ano, quando surgiu a variante Ômicron.
Segundo especialistas, sintomas como coriza, tosse, febre, dor no corpo e na garganta são alguns sinais de que é importante procurar exame. Há diversos testes de covid-19 disponíveis no mercado, desde o autoteste, encontrado na farmácia, até o PCR, feito em laboratório, e o exame sorológico, de sangue.
Nos últimos dias, o País tem enfrentado uma nova alta de infecções associada a subvariantes da Ômicron. Entre elas a BQ.1, que já foi identificada em ao menos quatro Estados, e a BE.9, descoberta no Amazonas. Com recrudescimento de infecções, especialistas destacam a necessidade de atualizar vacinação anticovid e orientam uso de máscara para pessoas mais vulneráveis.
Nova onda de covid
Os dados da associação revelam que a taxa de positividade passou de 3,7% na primeira semana de outubro para 39,9% na semana passada. Em relação ao número total de diagnósticos positivos, os primeiros onze dias de novembro já superam em 342% o total do mês anterior, quando a positividade ficou em 8,2%.
O levantamento da Abramed também revela um aumento na busca por testes, que seguia tendência de queda desde junho, atingindo o menor valor do ano no mês passado. “Os dados mostram que na segunda semana de novembro houve um aumento na procura por exames. Esse é um comportamento muito importante, pois somente com a testagem segura e com o diagnóstico preciso e correto podemos evitar disseminar ainda mais o vírus”, destacou, em nota, a diretora-executiva da associação, Milva Pagano.
A taxa de positividade e o número de diagnósticos, no entanto, estão distantes do que foi registrado nos primeiros meses do ano, quando o País enfrentava uma explosão de casos puxada pela cepa original da Ômicron, a BA.1; e também do que foi visto entre maio e junho, quando as sublinhagens BA.4 e BA.5 causaram repique de infecções.
Para se ter uma ideia, em janeiro, por exemplo, a Abramed acumulou mais de 600 mil testes positivos, que representavam quase metade de todas as testagens feitas. Em junho, eram 332 mil positivos, ante 889 mil exames.
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) também aponta para a manutenção do cenário de crescimento de casos. No período de 31 de outubro e 6 de novembro, foram 4,8 mil diagnósticos positivos, ante 20,4 mil testes feitos. Segundo a Abrafarma, o número representou um crescimento de 38% em sete dias.
Em nota, o CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, destacou que “o contingente de positivados aumentou 5,6 vezes em relação ao início do mês passado”. “O que exige do setor uma imediata revisão dos estoques para atender à demanda.”
Os pacientes também já buscam os hospitais. A Rede São Camilo, de São Paulo, informou que apenas na quarta-feira, 16, realizou atendimento de cerca de 1,5 mil pacientes com sintomas gripais nos prontos-socorros. O número é 59% maior do que o mesmo contingente de pessoas atendidas no mesmo dia do mês passado.
Cuidados
Os cientistas ainda não sabem se as novas versões do vírus são mais graves ou transmissíveis, mas estudos preliminares apontam maior risco de escape à proteção dada pelas vacinas, por isso é essencial buscar o reforço, destacam especialistas. Conforme mostrou o Estadão, só o Estado de São Paulo tem 9 milhões de pessoas com a terceira vacina atrasada.
Além da vacina, especialistas destacam que é hora de grupos específicos, como idosos e imunossuprimidos, redobrarem os cuidados. Eles devem retomar o uso de máscara em locais fechados e nos abertos onde haja aglomeração. Pessoas com sintomas respiratórios também devem usar a proteção facial, indicam.
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