Covid: Vacina distribuída para SP é suficiente para só 1/3 das crianças com comorbidade

Doses da Pfizer para a faixa etária de seis meses a dois anos foram enviadas pelo Ministério da Saúde só nesta semana

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Por Caio Possati

Só um terço (34,9%) das crianças entre seis meses e menores de três anos com comorbidades poderão se imunizar em São Paulo contra a covid-19 com o primeiro lote repassado pelo governo federal. O número de doses pediátricas da Pfizer enviadas pelo Ministério da Saúde ao Estado, que totaliza 206 mil doses, é insuficiente para cobrir todo o público-alvo paulista.

Em São Paulo, 195 mil crianças se enquadram no perfil destinatário da vacina, conforme dados da Secretaria de Saúde de São Paulo. Como a imunização se completa com a aplicação de três doses, somente 68 mil pequenos poderão receber o imunizante. Isso significa que, por ora, 127 mil (65,1%) ficarão descobertos.

Enfermeira segura vacina da Pfizer contra a covid-19. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Na última quinta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a distribuição de um milhão de doses pediátricas da Pfizer. O País tem enfrentado uma nova onda da doença, com aumento de diagnósticos positivos e internações.

Em nota, a secretaria disse que segue cobrando o Ministério da Saúde para o envio de novas doses “para atender toda população elegível”.

“A população de crianças de 6 meses a 2 anos no Estado de São Paulo é de 1,3 milhão e estima-se que cerca de 195 mil possuam pelo menos uma comorbidade. Portanto, considerando a necessidade de três doses do imunizante, a pasta estadual havia solicitado ao Ministério da Saúde 615 mil doses. Com o quantitativo enviado, será possível apenas imunizar 68 mil crianças”, informou o Estado de São Paulo, em comunicado.

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Questionado, o Ministério da Saúde respondeu que, desde quinta-feira, 10, vem fazendo o envio de 1 milhão de doses da vacina da Pfizer para todos os Estados e Distrito Federal, e que a distribuição considerou " não só a solicitação de cada UF (Unidade da Federação), mas também o público-alvo planejado”.

Ainda de acordo com o Ministério, para a ampliação do uso da vacina para crianças que não têm comorbidades, é necessária uma avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec). A pasta não se manifestou quando fará o envio de novas remessas.

Até o momento, há duas vacinas pediátricas contra a covid-19 disponíveis para todas as crianças: a da Pfizer, que pode ser aplicada para quem tem mais de 5 anos, e a da Coronavac, disponível para faixa etária de 3 a 4 anos.

Atualmente, a campanha de vacinação para a proteção contra o coronavírus em São Paulo contempla todas as crianças de 3 e 4 anos de idade, que estão aptas a tomar a Coronavac. Em setembro, o Instituto Butantan doou 2 milhões de doses para o Estado.

Em agosto deste ano, a Pfizer entrou com um pedido de autorização na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso da vacina em crianças de seis meses a 4 anos. Em setembro, a agência aprovou a aplicação do imunizante e a sua inclusão no plano de imunização Mas, no mês seguinte, o Ministério da Saúde decidiu por restringir a administração das pediátricas da Pfizer para o público com comorbidades.

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