Creatina, ômega 3, magnésio, multivitamínicos: funcionam mesmo? Há contraindicação?

Confira o que pesquisas e nutricionistas afirmam sobre os suplementos

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Por Layla Shasta

Com tantas opções de suplementos vitamínicos e esportivos no mercado, e de propagandas bem elaboradas sobre seus supostos benefícios, pode ser difícil saber o que é mito e o que é verdade.

É possível encontrar os mais variados nutrientes em forma de cápsulas e pós, mas o que realmente funciona e faz bem para a saúde? Veja abaixo análises sobre alguns dos suplementos mais populares e as evidências científicas (ou a ausência delas) sobre seus benefícios.

Suplementação com ômega 3 não promove efeitos no ganho de massa muscular e de força em adultos e idosos saudáveis, segundo pesquisa conduzida na Unicamp e na USP Foto: DedMityay/Adobe Stock

Creatina

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A perda acentuada de massa muscular e força decorrente do envelhecimento atinge entre 6% e 12% da população com mais de 60 anos, prejudicando a realização de atividades do cotidiano, como caminhar ou levantar-se da cama. Em resposta a isso, a ciência tem apresentado diversas evidências de que combinar o uso de creatina à prática de exercícios é uma ótima opção para o tratamento dessa condição.

De acordo com o guia de perguntas e respostas sobre creatina, elaborado pela nutricionista Desire Coelho para o Estadão, o composto fornece energia para os músculos e o cérebro, por isso é um aliado de quem deseja (ou precisa) aumentar a força muscular.

Antes de comprar o suplemento, porém, é importante seguir a recomendação de um nutricionista, que analisará sua alimentação e a real necessidade de suplementação, e checar qual o melhor tipo de creatina.

Magnésio

Os dados de pesquisas científicas sobre a ingestão de suplementos de magnésio podem ser desanimadores, já que ainda não há evidências claras que justifiquem a prática. O que se sabe é que há benefícios na ingestão de alimentos ricos no nutriente.

O magnésio é um íon essencial presente nas células do nosso corpo. Contamos com ele para muitas funções importantes, como metabolismo, transporte através das membranas celulares e ativação de hormônios. Nesse sentido, algumas áreas em que se analisa se a suplementação pode ser benéfica são: constipação leve, enxaquecas, pressão alta e transtornos de humor. No entanto, as evidências sobre essas qualidades não são tão fortes. Por isso, vale buscar mais informações sobre o que a ciência diz sobre o tema e quais as opiniões dos especialistas.

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Ômega 3

Ao perceber um aumento nas indicações do suplemento de ômega-3 para o ganho de massa muscular, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP) resolveram estudar se, de fato, esses benefícios existiam. Como resultado, a partir de uma ampla revisão de estudos, eles concluíram que esse tipo de suplementação não promove efeitos no ganho de massa muscular e de força em adultos e idosos saudáveis.

“Nosso foco era entender se realmente havia algum benefício na suplementação do ômega 3 no ganho de massa muscular. E, quando olhamos para os dados científicos para ver se existia alguma evidência, não encontramos nada”, afirmou a nutricionista Heloísa Castanheira Santo André, coautora do estudo e doutoranda na Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp.

Mesmo o benefício mais conhecido da suplementação de ômega 3, a melhoria da saúde cardiovascular, é considerado incerto. Os resultados dos estudos sobre o produto são variados, fazendo com que pesquisadores e médicos ainda debatam se ele é benéfico para a saúde do coração.

Algumas análises também mostraram que o seu consumo está associado a um risco ligeiramente maior de fibrilação atrial, um tipo de oscilação nos batimentos cardíacos. Por ora, para quem quer proteger o coração, os especialistas recomendam mudanças na dieta e no estilo de vida.

Suplemento vitamínico

Os multivitamínicos são suplementos que contêm mais de um tipo de vitamina em suas cápsulas. Apesar de muito populares, um estudo elaborado pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos trouxe resultados desanimadores sobre sua eficácia. Depois de 20 anos acompanhando quase 400 mil pessoas que tomavam multivitamínicos diariamente, os pesquisadores concluíram que o uso desses suplementos não tem associação com redução da mortalidade ou aumento da longevidade.

Mas nem tudo está perdido. A suplementação vitamínica é útil quando há sintomas de deficiência nutricional, como cansaço e problemas cognitivos. Em pessoas sem carência nutricional, no entanto, seu uso tem pouco impacto. Além disso, pessoas com problemas renais devem ter cuidado, pois esses produtos podem sobrecarregar os rins.

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