Crianças com coronavírus têm sintomas leves, aponta pesquisa feita na China

Estudo acompanhou recuperação de meninos e meninas com idades entre 2 meses e 15 anos

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Um estudo publicado pela revista científica Nature Medicine descreveu a ação mais branda do coronavírus (SARS-CoV-2) no organismo de crianças e adolescentes. Dez crianças chinesas com idades entre 2 meses e 15 anos diagnosticadas com coronavírus e apresentando sintomas da doença foram acompanhadas por pesquisadores da Universidade de Guangzhou, na China, ao longo do processo de recuperação.

Meninos indianos usam máscaras nas ruas para se proteger de pandemia/EFE/EPA/JAGADEESH NV 

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Os indivíduos foram selecionados em meio a 745 casos pediátricos de coronavírus na província de Guangzhou, quase todos contraídos após contato com parentes próximos também contaminados. Seis meninos e quatro meninas formaram a amostra usada para um dos primeiros estudos sobre os efeitos clínicos e epidemiológicos da infecção pelo coronavírus em crianças.

Os sintomas foram descritos como menos severos do que os observados em adultos e idosos. Sete das dez crianças apresentaram febre, ainda que nenhuma acima dos 39°C. Algumas também tiveram tosse, coriza e inflamação na garganta, mas nenhuma teve sintomas comuns em adultos, como dores musculares e de cabeça. Uma das crianças da amostra não apresentou qualquer sintoma da Covid-19, ainda que estivesse infectada pelo coronavírus.

Nenhum paciente apresentou sinais de pneumonia, comprovados por exames de raio-X. A pneumonia é um dos principais sintomas usados para diagnóstico da Covid-19 em adultos. No entanto, o estudo alerta que a ausência de indícios mais claros pode também dificultar o diagnóstico da infecção em crianças.

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O estudo também contemplou a excreção do vírus pelos tratos respiratório e gastrointestinal. Foram coletadas amostras das mucosas nasal e retal. Em oito pacientes, as amostras retais testaram positivo por mais tempo do que as demais. Isso indica que a detecção do vírus é mais eficaz a partir do trato gastrointestinal.

A mudança de método de testagem pode mudar a forma como as crianças são colocadas em quarentena, já que a presença do vírus vem sendo detectada apenas por amostras da mucosa nasal. O estudo revela o risco de que crianças ainda infectadas pelo coronavírus podem estar sendo liberadas da quarentena.

Também foi apontada possibilidade de transmissão do vírus via ingestão de coliformes fecais, em adição às gotículas de saliva. No entanto, um estudo com amostra maior ainda é necessário para confirmar a transmissão fecal-oral.

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