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Deborah Secco faz tatuagem para camuflar olheiras; veja o que dermatologistas dizem sobre a técnica

Segundo especialistas, a micropigmentação da área abaixo dos olhos oferece riscos à saúde e não vale a pena esteticamente; entenda os perigos

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Por Bárbara Giovani

Recentemente, a atriz Deborah Secco compartilhou em seu perfil no Instagram que fez uma tatuagem para cobrir olheiras, as manchas escuras que aparecem na região abaixo dos olhos. O procedimento é conhecido como micropigmentação e, nesses casos, não é recomendado por dermatologistas, que alertam para a ineficácia da técnica em longo prazo e seus riscos à saúde.

“A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) não concorda com esse tipo de tratamento, porque não gostamos de utilizar essas substâncias que são definitivas e cujo comportamento ao longo dos anos é desconhecido”, explica Abdo Salomão, dermatologista membro da SBD e da American Academy of Dermatology (AAD).

Recentemente, a atriz Deborah Secco fez tatuagem para camuflar olheiras, procedimento contraindicado por dermatologistas Foto: Nico Rocha

Como é a tatuagem para cobrir olheiras

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O procedimento realizado por Deborah Secco para cobrir olheiras é um dos tipos de micropigmentação, técnica parecida com a da tatuagem, mas que deposita o pigmento mais superficialmente. Segundo Salomão, a micropigmentação de olheiras geralmente é realizada por profissionais de saúde que fizeram o curso para aprender a técnica.

Em vez do colorido e do preto das tatuagens, a correção para olheiras utiliza tintas que se assemelham ao tom da pele da pessoa, a fim de cobrir as manchas escuras abaixo dos olhos. É o mesmo procedimento usado para camuflar estrias.

Quais os riscos?

No geral, a tatuagem para cobrir olheiras oferece riscos de saúde e também estéticos ao paciente. Como a região abaixo dos olhos possui uma pele extremamente fina, existe a chance de o profissional estourar um vasinho sanguíneo, tornando a região ainda mais escura.

Há também a possibilidade do paciente ter uma dermatite, ou seja, uma reação alérgica ao produto utilizado. Nesses casos, a região pode ficar coçando, com vermelhidão, machucados, inchada e minando água. Além disso, a tinta é um corpo estranho que causa um processo inflamatório local e fragmentos tóxicos de pigmentação podem circular no organismo.

Do ponto de vista estético, Salomão ressalta que a tatuagem para cobrir olheiras é um procedimento malsucedido. Não à toa, ele relata que já recebeu em seu consultório diversos pacientes insatisfeitos com os resultados e que, por isso, buscavam a reversão.

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Isso acontece porque, embora os pigmentos sejam desenvolvidos para imitar o tom da pele da pessoa, a cor alcançada na embalagem pode mudar após a aplicação na pele. E, mesmo que se mostre aparentemente eficiente de início, a tatuagem não acompanha as mudanças de tonalidade que uma pessoa passa ao longo do tempo, com o bronzeamento e o clareamento natural do cotidiano.

Dessa forma, a região das olheiras fica com uma coloração que não se camufla mais na pele. Vale lembrar que o pigmento usado desbota ao longo do tempo, o que prejudica o resultado. Nesses casos, a pessoa é incentivada a fazer o retoque, aplicando ainda mais tinta em uma região sensível, elevando os riscos de danos.

“A tinta que é colocada ali na naquela pele da pálpebra, que é extremamente fina, também prejudica a formação de colágeno. Então, ela colabora para que, com o tempo, a pele perca a elasticidade, e favorece o aparecimento das rugas”, explica Salomão.

Ana Maria Pellegrini, dermatologista, especialista em medicina estética e membro da SBD, reforça o risco de infecção, possível em qualquer procedimento que envolve agulhas. Ela ressalta que, além do perigo à saúde e dos resultados insatisfatórios, “há uma dificuldade absurda de remoção”. Caso uma pessoa se arrependa da tatuagem para cobrir olheiras, ela precisa passar por sessões de laser - e nem todos os aparelhos são específicos para esse tipo de pigmento.

Para melhorar as olheiras de forma segura

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Se uma pessoa busca reduzir as manchas escuras sob os olhos, primeiramente ela deve buscar um dermatologista para orientá-la. No total, há três tipos de olheiras diferentes, e para cada uma delas há uma opção segura de tratamento.

  • Para olheiras pigmentares, que surgem pelo acúmulo de melanina, procedimentos como o uso de laser são os mais indicados;
  • No caso de olheiras vasculares, desencadeadas por alterações na circulação local, o laser também é uma boa opção, assim como a luz intensa pulsada;
  • Para olheiras estruturais, que aparecem quando a pessoa possui a região ao redor dos olhos mais afundada, a recomendação é o preenchimento com ácido hialurônico.

O uso de cosméticos específicos para a área dos olhos também pode ajudar, especialmente aqueles com componentes como vitamina K, hidroquinona e ácido tioglicólico. É muito comum que uma pessoa tenha olheiras mistas, que combinam mais de uma causa. Nesses casos, a associação de tratamentos também é recomendada, sempre com orientação de um dermatologista.

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