Distribuição de vacinas pelo governo Bolsonaro começa com atraso

A ideia era que as doses chegassem ainda nesta segunda-feira, 18, a todos os Estados, mas secretários locais de saúde já foram avisados que há problemas na logística

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BRASÍLIA - O “dia D e hora H” da vacinação nos Estados, ou seja, o começo da campanha de imunização contra a covid-19, atrasa por problemas na logística montada pelo governo federal. A ideia era que as doses chegassem ainda nesta segunda-feira, 18, a todos os Estados, mas auxiliares do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, já avisaram secretários locais de saúde que há entraves aos embarques.

Pressionado após a primeira foto de alguém sendo vacinado no País ter sido feita em São Paulo, com o governador João Doria (PSDB) no retrato, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, liberou que as doses fossem aplicadas ainda nesta segunda-feira, 18. Antes, a ideia era realizar um evento no Palácio do Planalto, na terça-feira, 19, como revelou o Estadão -- e vacinar ali mesmo um idoso e um profissional de saúde --, e abrir a campanha nacional no dia seguinte. 

Doses devacina contra a covid-19 em Brasília Foto: Gabriela Biló/ Estadão

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Apesar de afirmar que não faz "marketing", ao criticar Doria, o general recebeu governadores em Guarulhos (SP), mais cedo, para uma cerimônia que simbolizava a entrega das doses, mas ganhou tom de defesa do ministro. Horas após o evento, porém, um dos auxiliares de Pazuello escreveu a secretários locais que as entregas podem atrasar, o que pode frustrar planos de vacinação imediata. “Senhores houve atraso e problemas no embarque das cargas. Algumas capitais não receberam conforme previsto. Estou aguardando nova informação do DLOG (Departamento de Logística) e Coordenação da Vacinação”, diz a mensagem obtida pelo Estadão.

Segundo um secretário estadual, há “desencontro de informações” vindas do ministério. Uma planilha entregue no domingo, 17, pela Saúde com horário de entregas pela Força Aérea Brasileira (FAB) e por meio de companhias aéreas não está sendo cumprida.

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Alguns Estados, como a Bahia, esperavam receber as doses na manhã desta segunda, mas a entrega foi transferida para o fim da tarde. No Rio de Janeiro, há incertezas sobre em qual horário a carga chegará, segundo uma pessoa que acompanha as discussões.

O ministro Pazuello tem sido criticado por falhas de logística, como na compra de vacinas, seringas e diante da crise em Manaus (AM). Os secretários estaduais temem lacunas no calendário de vacinação por falta de doses. A produção local no Instituto Butantã e na Fiocruz está atrasada, pois ainda não chegaram da China insumos que eram esperados. 

Hoje, apenas 6 milhões de doses da Coronavc, vacina distribuída pelo Butantã, estão no País e com aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial. Estas doses serão usadas em 3 milhões de pessoas, pois a imunização exige duas etapas.

A Anvisa também liberou a aplicação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, mas a data para importação do produto da Índia ainda é incerta. 

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Governadores cobram de Pazuello que a Coronavac já seja usada agora em 6 milhões de pessoas, com apenas uma dose, mas o ministério considera este plano arriscado, pois ainda não há garantia de que outro lote com o mesmo volume estará disponível a tempo da segunda aplicação.