Doria anuncia medidas de auxílio financeiro e antecipa vacinação em idosos de 72 a 74 anos

Governador divulgou redução de impostos sobre o leite e a carne, suspensão do corte de água e gás e um novo crédito no valor de R$ 100 milhões para pequenos e microempresários

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Foto do author João Ker

O governador João Doria (PSDB) anunciou na tarde desta quarta-feira, 17, novas medidas de combate ao coronavírus no Estado, que está na fase emergencial do Plano São Paulo desde a última segunda-feira. A vacinação para idosos entre 72 e 74 anos também foi antecipada em três dias, para a próxima sexta-feira, 19. A data de início para essa faixa etária estava inicialmente programada para a segunda-feira seguinte. 

O governador João Doria durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes Foto: Governo do Estado de São Paulo

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Doria anunciou que vai zerar o ICMS sobre o leite pasteurizado em todo o Estado e reduzir o valor do imposto sobre a carne, cuja alíquota modal foi reduzida de 13,3 para 7%. Os novos valores serão implementados a partir de abril e em caráter permanente. 

Além disso, o governo também vai abrir um novo crédito no valor de R$ 100 milhões destinados a pequenos e microempresários dos setores mais afetados pela pandemia. Para os R$ 50 milhões em empréstimos concedidos pelo Banco DesenvolveSP e destinados a bares e restaurantes, os juros serão de 1% ao mês, mais a taxa Selic, com carência de 12 meses e prazo de pagamento em até 60 meses. Também não será necessário apresentar Certidão Negativa de Débitos (CND). "Reconhecemos que esse é um setor profundamente afetado pela pandemia, afirmou o governador.

Os outros R$ 50 milhões em microcréditos terão foco nos setores de beleza, comércio, academias e eventos e serão oferecidos através do Banco do Povo a empréstimos de, no máximo, R$ 10 mil. Para esses casos, os juros variam de 0 a 0,35% ao mês, com carência de seis meses, prazo de pagamento para até 36 meses e também sem a obrigação de apresentar CND. 

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Na coletiva, ainda foi anunciado que o corte de gás encanado e água está suspenso em todo o Estado, para os setores de comércio e serviços. A medida tem validade até 30 de abril. A medida ainda permite que os estabelecimentos negativados por dívidas com a Sabesp, a Comgás, a Naturgy e a GBD possam renegociar os acordos sem juros ou multas, com parcelamento de até 12 meses, desde que o consumo mensal esteja em até 100 metros cúbicos (Sabesp) ou 150 metros cúbicos (Comgás, Naturgy e GBD).

Situação 'dramática'

“Esse é o momento mais crítico da pandemia que vivemos”, afirmou o secretário estadual de Saúde Jean Gorinchteyn, que creditou o aumento dos índices de internações e óbitos às novas variantes do coronavírus e ao comportamento da sociedade. Ele ainda apontou que 67 municípios paulistas já atingiram a capacidade total de internações em UTI. 

Hoje, a taxa de ocupação em leitos de UTI no Estado está em 89,9% e em 90,6% na Grande São Paulo. Ao todo, são 10.756 pacientes internados em unidades de tratamento intensivo. Apenas nas últimas 24 horas, 617 pessoas morreram pela covid no Estado.

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Mais cedo, Doria já havia alertado sobre o cenário "dramático" em que a pandemia se encontra, durante evento no Instituto Butantan. "Estamos diante de um quadro gravíssimo, dramático, não apenas em São Paulo, mas em todo o Brasil. São Paulo, com a orientação do Centro de Contingência da covid-19, adotará novas medidas a partir dessa decisão", declarou Doria.

Durante a coletiva, entretanto, nenhuma nova restrição foi anunciada. De acordo com Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, o principal motivo seria o de que o Estado ainda está no terceiro dia da fase emergencial, que começou na segunda-feira, e seria necessário mais tempo para ver quais "resultados efetivos" serão alcançados com as medidas implementadas. 

"É claro que queremos que a situação melhore imediatamente, mas isso não ocorre pela história natural da doença.. Semana passada, já foram tomadas medidas muito firmes e que impactam na vida da grande maioria da população de São Paulo, no ganha-pão de cada um, e nós precisamos de tempo para observar o impacto dessas medidas", afirmou, acrescentando que há um acompanhamento diário dos números e discussão sobre quais restrições seriam anunciadas, caso haja necessidade. 

Ele reforçou também que os indicadores “dramáticos” da última semana “são consequentes à transmissão do vírus e agravamento que ocorreram já há algum tempo” e que “não dependeram das medidas tomadas nos últimos dias”. De acordo com João Gabbardo, membro do Centro de Contingência, ainda é cedo para saber em que grau a fase emergencial tem impactado os indicadores da pandemia. “Não temos absoluta convicção que poderemos sair dessa fase vermelha. É possível que algumas regiões possam sair e outras permanecerem, mas tudo isso precisa ser avaliado com o tempo”, defendeu. 

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Na véspera, São Paulo bateu o recorde de mortes diárias pelo coronavírus, registrando 679 óbitos em apenas 24 horas. Em todo o Estado, pelo menos 90 pacientes da covid morreram esperando uma vaga de transferência para leito de UTI em 25 municípios.

Ao longo da última semana, 15 hospitais da rede privada chegaram a solicitar leitos ao governo de São Paulo, diante do quadro de lotação com o avanço da pandemia. Na segunda, Doria anunciou que vai abrir um novo hospital de campanha dedicado aos pacientes da covid, com 50 leitos de UTI e outros 130 de enfermaria.