SÃO PAULO - Ogovernador de São Paulo, João Doria (PSDB) anunciou neste sábado, 21, que decretará que quarentena a partir de terça-feira, 24, para conter o avanço do novo coronavírus. A medida terá duração de 15 dias, com duração até 7 de abril, mas pode ser prorrogada. Ela é válida em todos os 645 municípios paulistas.
A determinação prevê o fechamento do comércio e serviços não essenciais. Ela inclui bares, restaurantes e cafés, que poderão funcionar apenas com serviços de delivery. Segundo o governador, o Estado vai tomar "medidas policiais" para impedir aglomerações, como bailes funk e outros eventos de rua. A realização de missas, cultos e outras manifestações religosas não é recomendada, mas não está vetada.
"Serviços essenciais na área de saúde pública, saúde privada, alimentação, abastecimento, segurança e limpeza devem continuar a funcionar - evidentemente resguardados todos os cuidados", declarou Doria.
Os seguintes setores poderão funcionar durante a quarentena: hospitais, clínicas, farmácias, clínicas odontológicas, supermercados, hipermercados, mercados, padarias (mas não poderão servir alimentos no local), açougues, empresas de call center e telemarketing, postos de combustíveis, bancas de jornais, pet shops, clínicas veterinárias, empresas de transporte, táxis, serviços de transporte por aplicativo, construção civil, serviços de segurança, bancos, lotéricas, empresas de limpeza e manutenção e todas as indústrias.
"Fiquem em casa: esta é a grande recomendação", ressaltou Doria. Ele falou sobre a importância da solidariedade, de "amar o País" durante esta "guerra" e chamou os paulistanos a colocarem uma bandeira do Brasil na janela. "Coloque na sua janela uma bandeira do Brasil, a que você tiver na sua casa ou algo que manifeste esse seu sentimento solidário."
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que também participou da entrevista coletiva, enfatizou que a situação atual não é uma “marolinha”, tampouco “férias”. “É isolamento social”, ressaltou. Segundo ele, mais de 20 carros de som da Prefeitura estão circulando por bairros da periferia para informar a população.
Número de mortes por coronavírus sobe para 15 em São Paulo
O número de mortes confirmadas pelo covid-19 subiu de 9 para 15 no Estado, segundo a Secretaria Estadual da Saúde. Há, ainda, 396 casos confirmados, com 34 pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Há outros 9 mil casos suspeitos.
De acordo com o balanço, todos os 15 óbitos do Estado foram registrados na capital. Das 15 vítimas, 14 estavam internadas em hospitais privados, enquanto uma estava na rede pública.
Dos 6 novos óbitos, quatro mulheres (89, 76, 89 e 73 anos) e dois homens (de 90 anos e de 49 anos, esse último sofria de tuberculose).
Entre os casos suspeitos, está a morte de uma médica generalista de 52 anos, que atuava na rede municipal de saúde de São Paulo. Ela estava internada no Hospital Sancta Maggiore desde meados do dia 23 de fevereiro para o tratamento de uma cardiopatia, mas se suspeita que ela tenha contraído o novo coronavírus nesse período, segundo informações do secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.
Campanha de vacinação contra a gripe
A campanha de vacinação contra a gripe que começa na próxima segunda-feira, 23, terá 600 pontos de vacinação no Estado. No caso das unidades com ambiente externo na capital, a aplicação será feita em tendas na área externa.
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Correções
Diferentemente do que foi primeiramente noticiado nesta matéria, uma das seis novas mortes confirmadas por coronavírus em São Paulo não é de um idoso, mas de um homem de 49 anos. Além disso, o óbito de uma médica da rede municipal no Hospital Sancta Maggiore é considerado um caso suspeito, portanto não está entre as seis mortes confirmadas.
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