SÃO PAULO - Um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificar todo o Estado de São Paulo como área de risco para febre amarela, aumentou ainda mais a procura em Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O fluxo causou longas filas e desabastecimento. A Secretaria Municipal da Saúde alegou um problema “pontual e momentâneo”. O prefeito João Doria (PSDB) pediu “calma” à população.
Na UBS Maria Cecília Ferro Donnangelo, na Vila Penteado, zona norte, por exemplo, funcionários informavam que a vacina tinha acabado pouco antes do meio-dia. O funcionário público Wilson Alves Vianna, de 54 anos, trabalha na Baixada Santista, mas mora na região e estava aproveitando a folga para tentar a imunização. “Pensei que ia ser mais fácil tomar a vacina, mas este é o segundo posto que vou e não tem.”
Uma longa fila composta por moradores das zonas norte e leste se formou na calçada da UBS Mariquinha Sciáscia, no Tremembé. A advogada Andreza Missi, de 32 anos, saiu de São Miguel Paulista, na zona leste, com o marido e as filhas de 9 meses e 13 anos para a imunização. “Minha cunhada tomou aqui e disse que tinha a dose e que a fila não estava quilométrica, como na zona leste.”
Eu rodei sete postos hoje e não encontrava senha nem vacina. Não tomei a vacina antes, porque não achava que a situação ficaria assim. Está muito difícil.
Jaqueline Medeiros de Siqueira, demonstradora, que teve dificuldade em achar um posto com imunizante na zona norte
Febre amarela: população encara longas filas nos postos de saúde para se vacinar
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Imunização em São Paulo
Moradores da capital paulista lotaram os postos de vacinação contra a febre amarela. Uma longa fila se formou na AMA Santa Cecília, na região central ... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Imunização em São Paulo
A fila do posto de saúde da Rua Vitorino Carmilo dobrou o quarteirão da Rua Eduardo Prado, no bairro de Campos Elísios, na região de Santa Cecília. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Imunização em São Paulo
Quem foi à AMA Santa Cecília para se vacinar contra a febre amarela precisou de paciência para encarar a fila e o forte sol Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Imunização em São Paulo
A febre amarela é transmitida pela picada de um mosquito infectado com o vírus. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Imunização em São Paulo
Há dois tipos de transmissão da febre amarela: a urbana e a silvestre. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Imunização em São Paulo
Os sintomas da febre amarela urbana e da silvestre são iguais: febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Imunização em São Paulo
Na UBS/AE/CEO Dr. Walter Elias, na Casa Verde, zona norte de São Paulo, houve distribuição de senha para vacina contra a febre amarela. Foto: Rafael Arbex/Estadão
Imunização em São Paulo
Moradores da capital paulista enfrentaram longa fila para vacinação em posto da Casa Verde, na zona norte. Foto: Rafael Arbex/Estadão
Imunização em São Paulo
A maioria das vítimas da febre amarela melhora após três dias, mas 15% dos infectados desenvolvem a forma mais grave da doença. Foto: Rafael Arbex/Estadão
Imunização em São João de Meriti
Os interessados em se vacinar contra a febre amarela também lotaram o Centro de Saúde Doutor Aníbal Viriato de Azevedo, em São João de Meriti, na Baix... Foto: Fábio Motta/EstadãoMais
Imunização em São João de Meriti
Nos casos mais graves, a febre amarela pode matar. Por isso, o médico deve ser procurado se houver os primeiros sintomas. Foto: Fábio Motta/Estadão
Imunização em São João de Meriti
Andrea Ferreira Cordeiro exibe o certificado de vacinação que ela e o filho receberam em São João de Meriti. Foto: Fábio Motta/Estadão
Imunização em São João de Meriti
Vanildo Higino foi ao posto de vacinação na Baixada Fluminense para se prevenir do vírus da febre amarela. Foto: Fábio Motta/Estadão
A esteticista Elisete Storer, de 51 anos, encontrou dificuldades também para vacinar a irmã de sua nora e a neta de 4 anos na Vila Carrão, zona leste, e também na zona norte, pois se deparou com postos desabastecidos. “Eu tomei na segunda aqui. Como a vacina foi dada antes aqui, os postos estavam mais vazios. Não imaginei que seria assim cheio.”
Doria
Em entrevista à Rádio Capital, o prefeito ressaltou que “não há nenhuma razão para pânico”. “As vacinas estão ocorrendo. As filas são muito grandes desnecessariamente porque as pessoas, no pânico, vão se vacinando sem necessidade”, afirmou. / COLABOROU TIAGO QUEIROZ