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ESMO 2024 revela os últimos avanços no tratamento oncológico

Especialistas do Hospital Sírio-Libanês falam sobre as tecnologias capazes de atacar o tumor de forma multimodal apresentadas durante congresso mundial sobre câncer

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Por Hospital Sírio-Libanês e Estadão Blue Studio
Atualização:
2 min de leitura

Entre os dias 13 e 17 de setembro, ocorreu o ESMO 2024, um dos congressos de oncologia mais importantes do mundo. Promovido pela European Society for Medical Oncology e realizado em Barcelona, na Espanha, o evento contou com a participação de cerca de 33 mil especialistas para discutir os últimos avanços em pesquisa, diagnóstico e tratamento oncológico.

As principais novidades apresentadas nesta edição foram nas áreas gastrointestinal e geniturinária, com achados relevantes que devem, inclusive, mudar a prática clínica no cuidado ao paciente com câncer.

Para Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, oncologista clínico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, os debates do encontro evidenciaram um aumento significativo no uso de imunoterapia, com resultados muito promissores. “Esses medicamentos ‘soltam o freio de mão’ do sistema imunológico do paciente, permitindo que ele combata a doença”, explica.

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Debates do ESMO evidenciaram um aumento significativo no uso de imunoterapia, com resultados muito promissores Foto: Getty Images

Nesse sentido, Pfiffer destaca os avanços na prática clínica do câncer de intestino. Segundo o especialista, o tratamento padrão do tumor localmente avançado é a cirurgia para sua remoção, seguida de quimioterapia preventiva de 3 a 6 meses. No entanto, um estudo mostrou que pacientes que receberam imunoterapia dupla com os anticorpos nivolumabe e ipilimumabe por apenas quatro semanas antes da cirurgia apresentaram resultados excelentes. “Em 95% dos casos, houve uma grande regressão do tumor, sendo que, em 68% deles, houve resposta patológica completa, ou seja, não havia mais tumor no intestino operado. O estudo revelou, ainda, que, com essa estratégia, após três anos da cirurgia, 100% dos casos estavam livres de recorrência. Essa prática clínica poupará os pacientes da toxicidade da quimioterapia e resultará em melhores desfechos clínicos”, explica o oncologista.

Outro destaque do congresso, de acordo com Manuel Santos Cruz, oncologista clínico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, foi a associação da quimioterapia tradicional a novas tecnologias, como a imunoterapia e os anticorpos conjugados a drogas (ADCs), uma classe terapêutica que atinge células tumorais específicas, liberando a droga apenas dentro delas. “É como se fosse um míssil teleguiado que ataca somente as células cancerígenas, poupando as saudáveis. Por isso, essa conduta oferece mais eficácia e menos efeitos colaterais”, diz o médico.

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Cruz destaca a pesquisa sobre a aplicação da imunoterapia no tratamento do câncer de canal anal avançado inoperável, recorrente ou metastático. “Relacionada ao HPV (Papilomavírus Humano), a neoplasia pode ter sua incidência aumentada em até 20 vezes em pacientes com HIV. O uso do anticorpo retifanlimabe, associado à quimioterapia promoveu um ganho em sobrevida livre de progressão, que é o tempo que o paciente passa após o tratamento sem sinais de atividade oncológica.”

João Victor Machado Alessi, oncologista clínico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, destaca que um dos principais avanços apontados no congresso foi o uso da imunoterapia no tratamento do carcinoma de colo uterino. Apesar de ser potencialmente prevenível com a vacina contra o HPV, a doença ainda é um problema de saúde pública mundial.

“Para muitas pacientes, o tratamento padrão continua sendo a combinação de radioterapia e quimioterapia, e as recidivas tumorais ainda são comuns. Porém, um estudo revelou a eficácia da imunoterapia com o anticorpo pembrolizumabe quando combinada com quimiorradioterapia. Os resultados demonstraram, pela primeira vez, que a imunoterapia pode melhorar a sobrevida em pacientes com câncer de colo uterino localmente avançado (não metastático)”, conta Alessi, ressaltando, no entanto, que prevenir ainda é a melhor forma de controle. “A vacinação contra o HPV e o rastreamento são aliados importantes na prevenção dessa neoplasia. Temos essas ferramentas, precisamos utilizá-las”, conclui.

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