Um estilo de vida saudável pode permitir que pessoas mais velhas vivam mais, sugere pesquisa publicada na revista médica BMJ. As mulheres ganham seis anos de expectativa de vida, e os homens, três anos. O estudo indica, ainda, que muitos desses anos extras podem ser livres de demência. Um número superior a 6 milhões de americanos com 65 anos ou mais tem a doença de Alzheimer - o tipo mais comum de demência -, que não tem cura.
A pesquisa descobriu que, aos 65 anos, as mulheres com o estilo de vida mais saudável tinham expectativa média de vida de mais 24 anos, em comparação com 21 anos para aquelas que eram consideradas menos saudáveis. Aos homens saudáveis, a expectativa de vida era de 23 anos. Para os menos saudáveis, 17 anos. O estudo envolveu 2.449 pessoas com 65 anos ou mais, que faziam parte do Chicago Health and Aging Project.
Os pesquisadores desenvolveram um sistema de pontuação para estilo de vida saudável que abrange cinco fatores: dieta, atividade cognitiva, atividade física, tabagismo e consumo de álcool. As pessoas recebiam um ponto para cada área se atendessem aos padrões saudáveis, resultando em uma pontuação final somada de zero até cinco - em que cinco representa o estilo de vida mais saudável.
Quanto a viver com demência, aqueles com pontuação de 4 ou 5, aos 65 anos, viveram com Alzheimer por uma proporção menor de anos restantes do que aqueles com pontuação entre zero ou um. Para as mulheres, a diferença para aquelas mais saudáveis era ter Alzheimer em 11% de seus últimos anos, ante 19% das menos saudáveis. Para os homens, as mesmas taxas eram de 6% e 12%, respectivamente.
Os pesquisadores concluíram que “a expectativa de vida prolongada devido a um estilo de vida saudável não é acompanhada por um aumento do número de anos vivendo com demência do Alzheimer”, mas sim por “uma proporção maior de anos restantes vividos sem demência do Alzheimer”.
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