SÃO PAULO - Pela primeira vez, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) irá oferecer aos estudantes do último ano do curso um simulado do exame do órgão. A prova tem registrado baixos índices de aprovação. No ano passado, 56,4% dos candidatos foram reprovados por não acertarem ao menos 60% das 120 questões.
Segundo Braulio Luna Filho, diretor do Cremesp e coordenador do exame, a decisão de oferecer um simulado aos candidatos tem como objetivo aumentar a transparência do processo de avaliação. “Algumas faculdades criticam a prova, pois vamos, então, oferecer uma mostra dos tipos de questões que são cobradas”, explica ele.
O simulado será disponibilizado na internet em setembro aos estudantes do último ano de Medicina de todo o Estado. O exame do Cremesp será realizado no dia 22 de outubro. As inscrições, gratuitas, estão abertas até o dia 21 de setembro no site da Fundação Carlos Chagas, responsável pela elaboração e aplicação das provas.
A realização do exame não é obrigatória para o exercício da profissão, mas alguns hospitais públicos e privados têm utilizado a prova como critério de seleção. A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo exige que os profissionais contratados tenham passado pela avaliação. Já hospitais como Sírio-Libanês e Albert Einstein têm cobrado dos novos médicos a aprovação no exame.
A prova também é obrigatória para ingresso em alguns programas de residência, como os da Faculdade de Medicina da USP, da Unifesp, da Santa Casa de São Paulo e da PUC-Campinas.
Outros exames. De acordo com Luna Filho, o Cremesp também passará a oferecer neste ano dois exames similares aos aplicados aos alunos de Medicina americanos, para verificar a evolução da formação ao longo do curso.
As provas devem ser aplicadas no terceiro e quinto anos do curso. A escolha de aplicar os exames ou não será das faculdades. De acordo com o diretor do Cremesp, dez escolas já aderiram.“Serão provas nos mesmos moldes das elaboradas pela National Board of Medical Examiners com adaptações para o contexto brasileiro”, afirma.
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