Exaustão térmica: entenda o que é a condição que causou a morte de fã de Taylor Swift em show no Rio

Especialistas alertam que manter a hidratação e usar roupas leves são medidas fundamentais para evitar prejuízos provocados pelo calor intenso

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Foto do author Renata Okumura

Assim como a insolação, a desidratação e a ocorrência de queimaduras, a exaustão térmica também está relacionada ao calor extremo. Nesta quarta-feira, 27, foi divulgado que a condição foi a causa da morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, que ocorreu durante a apresentação da cantora Taylor Swift no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro. No dia 17 de novembro deste ano, quando aconteceu o show, a máxima registrada foi de 40ºC, com sensação térmica de quase 60ºC.

O que é a exaustão térmica

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Quando os termômetros passam dos 30°C, muitas pessoas relatam sentir diversos tipos de incômodo. Isso porque o suor é a principal forma de dissipar o calor, mas, em excesso, esse processo pode levar à desidratação, sobrecarregando o coração e causando diversas complicações. Cristina Milagre, cardiologista e médica do esporte do Hospital do Coração (Hcor), acrescenta que, diante desse cenário, uma das principais implicações é justamente a exaustão térmica.

“O sistema de termorregulação do corpo segue funcionando, mas não consegue dissipar o calor com a velocidade necessária, o que gera diversos sintomas, como fadiga extrema, tontura, náuseas, vômitos, desmaio e pulso fraco e rápido”, esclarece a especialista.

Mas, segundo ela, sem os cuidados adequados, esse sistema de termorregulação pode entrar em falência. “Nesses casos, a temperatura corporal pode ficar acima de 40°C, resultando em confusão mental, desorientação ou perda de consciência. O quadro pode evoluir para o coma e até óbito”, alerta.

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Calor extremos requer cuidados redobrados]. Na foto, movimentação no Parque Augusta em dia quente.  Foto: Felipe Iruatã/Estadão - Foto: 23/09/23

Como agir diante da exaustão térmica?

Segundo o Manual MSD, no caso de um quadro de exaustão térmica é aconselhado que a pessoa seja retirada do ambiente quente, faça repouso e reponha líquidos e sais, seja por via oral (com uma bebida esportiva ou uma solução de cerca de um a dois quartos de água contendo duas colheres de chá de sal) ou intravenosa.

Tirar ou desapertar as roupas e umedecer a pele ou aplicar panos úmidos também são medidas que auxiliam no resfriamento do organismo.

É importante que um médico seja procurado para orientar o paciente quanto ao tratamento a ser seguido.

Grupos de risco

Todo mundo deve se preocupar com as temperaturas elevadas, mas alguns grupos precisam de cuidados especiais. É o caso de quem tem doenças crônicas, a exemplo de hipertensão arterial ou diabetes. Crianças e idosos também exigem atenção redobrada.

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Dicas preventivas

Para manter a hidratação adequada e evitar complicações dessas comorbidades, Celso Amodeo, cardiologista e nefrologista especializado em hipertensão arterial do Hcor, recomenda a ingestão de água e água de coco.

“Para repor a água e os sais minerais perdidos no suor, é preciso ingerir a bebida apropriada na quantidade adequada. Pessoas com pressão alta e diabetes devem evitar qualquer tipo de suco industrializado e bebidas isotônicas, devido às restrições em relação às doses de sódio e açúcar ingeridas”, alerta ele.

A recomendação nos dias quentes é usar roupas leves e aumentar o consumo de água, sucos de frutas naturais (com moderação para quem tem diabetes) e água de coco. Também é indicado ingerir mais frutas, verduras e legumes, além de evitar alimentos ou preparações muito gordurosas e salgadas. “A sede é um alarme de que o corpo está em desequilíbrio e é preciso hidratá-lo”, acrescenta Amodeo.

Recentemente, diante das altas temperaturas, o Ministério da Saúde divulgou, inclusive, uma nota com esclarecimentos sobre cada um dos distúrbios provocados pelo calor extremo.

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Veja, a seguir, as diferenças entre os sintomas:

Exaustão térmica: transpiração, fraqueza, tontura, desmaio, náusea, dor de cabeça, cãibras musculares e diarreia;

Insolação: pele quente, seca e vermelha, pulsação rápida e forte, náusea, cãibras e perda de consciência, podendo levar ao coma e à morte. Outros sintomas são edema nos membros inferiores, erupção cutânea no pescoço, dor de cabeça, irritabilidade, letargia e fraqueza;

Desidratação: mal-estar, fraqueza, sonolência, irritabilidade, dificuldade de atenção, fome ou sede, dor de cabeça, tontura ao levantar-se ou para se deitar, sentar ou levantar, além de alteração na coloração da urina;

Queimaduras: pele vermelha, inchada ou dolorida, devido à própria exposição ao sol ou contato com superfícies ou objetos que foram expostos ao sol por um determinado período de tempo, como objetos de metais.

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