SALVADOR - As famílias de profissionais de saúde da rede pública da Bahia que morrerem vítimas da covid-19 por terem sido contaminados no exercício da profissão receberão uma indenização do estado. O valor, segundo a lei publicada pelo governo no Diário Oficial, corresponderá a 30 vezes a remuneração recebida mensalmente pelo profissional.
Em média, médicos baianos trabalham 36 horas por semana, o que lhes garante uma remuneração de cerca de R$ 18 mil por mês, segundo o secretário estadual da saúde Fábio Vilas-Boas. Isso significa, em um caso hipotético, uma indenização de R$ 540 mil para a família em caso de óbito desse profissional.
Profissionais afastados da função temporariamente por causa de contaminação pelo novo coronavírus também receberão um auxílio do governo, equivalente ao valor do salário mensal, mas com limite de R$ 30 mil, de acordo com a publicação.
A iniciativa visa atingir também o problema da falta de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais no estado. Por medo de se infectar e perder a renda, profissionais relutam a aceitar vagas no combate à covid-19. A Bahia, segundo o secretário Fábio Vilas-Boas, chegou a ter UTIs prontas, mas sem profissionais para atuar.
Além dessa medida, também foi criado um bônus de R$ 500 no salário mensal de todos os profissionais não médicos, a fim de preencher vagas abertas.
“Esta é uma importante iniciativa no reconhecimento do papel dos profissionais que se dedicam aos pacientes com covid-19. O objetivo do auxílio-seguro é dar maior segurança e garantia aos médicos e demais trabalhadores de saúde que atuam na linha de frente do atendimento em unidades covid", afirmou VilasBoas.
Até a noite deste domingo, 24, 1.987 profissionais de saúde foram contaminados na Bahia, conforme dados do boletim diário do governo. O estado registra, no total, 13.899 casos confirmados de coronavírus, sendo que 190 aguardam confirmação dos municípios. O número de mortos chegou a 460 e o número de casos ativos atingiu 9.474.
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